Ariana Meireles, 28 anos, tem uma história “kafkiana” e sofrida para contar. A jovem de Vila Real começou a sentir fortes dores nas costas em 2018, que a médica de família atribuiu ao facto de passar muito tempo sentada. “Fui ao privado e disseram-me que a cirurgia tinha de ser feita, mas que devia falar com o médico de família para tentar uma consulta de Ortopedia o mais rapidamente possível.” Pedida no verão de 2019, a consulta foi conseguida em março de 2020 no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
“O médico assegurou-me logo de que eu nunca na vida ia ser operada tão cedo por causa da Covid-19”, continua. Até Ariana receber o pedido de transferência de hospital, em fevereiro de 2021, seguiram-se chamadas atrás de chamadas, num desespero que ia além da dor física. “Tive de deixar o meu trabalho, engordei dez quilos, não conseguia fazer nada com as dores que tinha. Cheguei a ir às urgências do hospital e a estar com quatro medicações diferentes intravenosas e a dor não passava.”