E se o Universo, da mais ínfima partícula subatómica à maior das galáxias, fosse uma única e complexa rede neuronal, capaz de processar dados, reconhecer padrões, aprender e evoluir, tal qual um supersistema de Inteligência Artificial? Em agosto de 2020, Vitaly Vanchurin, cosmólogo teórico russo e professor associado da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos da América, defendeu precisamente esta ideia no estudo O Mundo como Uma Rede Neuronal.
A imagem de um Morpheus de óculos escuros, gabardina de cabedal e mão estendida, em que repousam dois comprimidos que encerram a escolha entre o despertar para a realidade e a vida na doce ilusão (no filme Matrix), terá ganhado forma na mente dos leitores mais apaixonados por clássicos de ficção científica, mas o próprio Vanchurin assegurou à VISÃO que não acredita que vivamos numa simulação. “Tudo o que eu mostrei foi que o Universo pode, muito bem, ser descrito exatamente com as mesmas equações que descrevem a dinâmica de aprendizagem das redes neuronais.”