Às vezes, o amor pela Ciência não se pode ficar pelas palavras. É preciso agir, dar o corpo às balas. Ou, no meu caso, enfiar-me dentro de uma máquina de ressonância magnética, imóvel, com o nariz a meio palmo da parede superior do túnel. Não é uma experiência agradável. Há aquela comichão que tem de ficar por coçar, os sons martelados que ultrapassam os protetores dos ouvidos, o pensamento a escapar para um lugar escuro e de pânico, o coração que parece saltar do peito, a querer fugir dali para fora. Para quem é ligeiramente claustrofóbica, a angústia torna-se ainda mais difícil de controlar.
Quando Jorge Almeida, diretor do laboratório da Universidade de Coimbra dedicado ao estudo do cérebro, Proaction Lab, me convidou para fazer parte do seu lote de voluntários, teve o cuidado de me avisar da claustrofobia, precisamente um dos fatores de exclusão, mencionado nas folhas de consentimento informado que todos assinam antes de entrarem na câmara.
Apesar do incómodo, não tem sido difícil à equipa encontrar voluntários, dispostos a passar uma hora, em média, dentro da câmara que faz parte da Brain Imaging Network (rede nacional de imagem cerebral), com sede no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde. O íman que alimenta a tecnologia é de três teslas – unidade para a densidade do campo magnético –, o que já permite obter imagens com uma boa resolução. “Quanto mais forte o campo magnético, maior a resolução”, explica Jorge Almeida. Mesmo assim, já há equipamentos usados em investigação que têm ímanes de sete teslas, nenhum deles ainda disponível na Península Ibérica.
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