Joseph G. Allen, diretor do programa Healthy Buildings da Escola de Saúde Pública de Harvard, apresenta, num artigo de opinião do The Washington Post, seis razões para preservarmos a nossa esperança.
1 – Antes das vacinas, teremos disponível outras terapêuticas. Quando alguém contrai o vírus, o seu sistema imunitário lança uma defesa e produz anticorpos que circulam no sangue e que ajudam a identificar invasores infecciosos. Esses anticorpos oferecem um certo nível de proteção contra futuras infeções (durante um espaço de tempo ainda não descoberto). Cientistas desenharam clones desses anticorpos, chamados de anticorpos monoclonais, que estão a demonstrar ser eficazes tanto terapeuticamente como para prevenir infeções. Como funcionam? Atacam as proteínas spike do coronavirus, que são o que permitem que o vírus entre nas nossas células. Ao pararmos esta invasão, o virus não se consegue replicar.
2 – Testes de baixo custo e de rápida execução feitos através de amostras de saliva estão a ser desenvolvidos e muitos deles já demonstram uma grande eficácia. Estes permitem ser efeutados diariamente sendo que custam entre 1 a 5 dólares (uma grande diferença de preço quando comparado com o custo dos testes até agora usados). Estes testes possibilitariam conter surtos, sendo que a deteção precoce é essencial.
3 – Não existem dúvidas: as máscaras são, de facto, uma ferramenta eficaz no combate à transmissão do vírus. Sendo que ao início esta poderia ser uma ideia quase bizarra para alguns, o uso de máscaras foi agora difundido e cada vez mais países estão a tornar obrigatória a sua utilização dentro de estabelecimentos comercias, entre outros locais. Mas é preciso atenção – evite adquirir máscaras sem o selo “Máscaras – COVID-19 Aprovado” e proceda à colocação correta da máscara, tapando não só a boca como o nariz.
4 – Após apresentar várias vezes evidências de que pequenas partículas suspensas no ar podem infetar indivíduos, a comunidade científica foi finalmente ouvida e a OMS reconheceu este tipo de transmissão. Novas estratégias de ventilação e protocolos de segurança sanitária vão certamente ser aplicados o que permitirá uma maior segurança e controlo.
5 – Existem alguns indícios que demonstram que a anterior exposição a outros coronavírus mais comuns (que causam doenças respiratórias leves a moderadas, como uma gripe comum) pode ajudar na proteção contra o SARS-CoV-2. Esta é uma descoberta que não está confirmada, mas vários estudos demonstraram que entre 20 a 50% das pessoas que nunca foram expostas ao novo coronavírus possuem células imunitárias, conhecidas como células T de memória, que reagem ao novo vírus.
6 – Testes de vacinas em humanos parecem estar a ter resultados positivos e fabricantes americanos anunciaram a probabilidade de conseguirem ter prontas doses da vacina já em outubro. A vacina do coronavírus será, muito provavelmente, a desenvolvida no mais curto espaço de tempo. Mas mais importante do que ter uma vacina, é o próprio ato de vacinar. Após a produção desta, a difícil tarefa de a produzir e difundir começa, sendo que não será possível a administração imediatamente após a sua elaboração.