O Observatório Solar Dinâmico (SDO do inglês Solar Dynamics Observatory) é uma sonda não-tripulada da NASA que analisa a atividade do Sol e como este afeta diretamente a vida na Terra. O SDO foi desenvolvido para estudar a atmosfera solar em pequenas escalas de espaço e tempo e partiu no dia 11 de fevereiro de 2010 para o espaço.
Agora, dez anos depois da sua partida, a NASA fez uma compilação de imagens contínuas do Sol e transformou-as num vídeo de 61 minutos, onde é possível assistir-se a várias fases da maior estrela do nosso sistema solar. As imagens capturadas desde o dia 2 de junho de 2010 a 1 de junho deste ano resultaram em 20 milhões de gigabytes e 425 mil imagens que, ao longo da década, contribuíram para “inúmeras novas descobertas sobre o funcionamento do sol”.
O SDO, composto por um trio de instrumentos, conseguiu capturar uma fotografia do sol a cada 0,75 segundos. Um desses instrumentos é o Atmospheric Imaging Assembly, que só este consegue registar imagens “a cada 12 segundos, com 10 comprimentos de onda de luz diferentes”. No entanto, nem todas as imagens tiradas pelo SDO foram utilizadas no vídeo: só foram colocadas imagens com um comprimento extremo de onda ultravioleta que permite identificar melhor a parte externa e amarela da camada atmosférica do Sol.
A acompanhar o vídeo, o músico alemão Lars Leonhard compôs a melodia “Solar Observe”.
Um dos fenómenos que se pode observar no vídeo é o ciclo solar. Apesar de ainda haver muito por desvendar sobre o Sol, cientistas e investigadores sabem que a nossa estrela tem um ciclo, composto por momentos de muita e pouca atividade: o máximo solar, quando são visíveis muitas manchas solares e é libertada mais energia, e o mínimo solar, quando o Sol se “acalma”.
As manchas solares são áreas de intensa atividade magnética na superfície do Sol e que aparecem como uma área escura nas imagens. Foi através destas manchas escuras que os cientistas conseguiram estabelecer um padrão para o ciclo solar. O Sol tem um ciclo que dura entre nove e 14 anos – 11 anos, em média, que as imagens do SDO conseguiram captar. Em 2013/2014 registou-se uma grande atividade solar, quando foi possível observar as manchas de forma nítida.
Num comunicado, a NASA explica porque é que, no meio do vídeo, aparecem partes brancas e mudanças no foco. “Embora o SDO tenha mantido sempre um ‘olho’, sem piscar, apontado para o sol, houve alguns momentos que ele se perdeu”, justifica a agência. A NASA também explicou que o “apagão mais longo” nas imagens de 2016 foi causado por um problema temporário que levou uma semana para ser corrigido.
“As imagens em que o Sol está descentralizado foram capturadas quando o SDO estava a calibrar os instrumentos”, disse a Nasa.
Os investigadores esperam que o SDO continue em órbita e a observar o sol até 2030.