O Ministério da Educação ainda não tem dados sobre o número de profissionais de saúde e das forças de segurança que vão necessitar de deixar os seus filhos nas escolas nas próximas semanas mas os primeiros dados da Segurança Social indicam que a maioria estará a preferir nomear uma terceira pessoa como “educador”, podendo esse adulto designado receber o subsídio a que os pais teriam direito se ficassem em casa a tomar conta dos filhos. Ou seja, 66% do salário de referência de um dos pais, até ao próximo dia 30 de março.
Um dos motivos poderá estar relacionado com a crítica da Ordem dos Médicos e de alguns sindicatos à decisão de juntar estas crianças nas escolas, uma vez que os seus pais estarão em contacto diário com doentes com Covid-19.
A ministra da Saúde reiterou que a preocupação do governo é a de garantir, acima de tudo, que há uma alternativa para estes profissionais, que também são pais, e que têm de continuar a trabalhar. Por isso foi feito o “acerto” na legislação que lhes permitirá designar outra pessoa para ficar em casa com as crianças menores de 12 anos.
Das 800 escolas que terão de se manter abertas em todo o país, não existem também ainda dados sobre aquelas que de facto estão a receber alunos e a servir refeições aos alunos mais carenciados, confirmou a VISÃO junto do Ministério da Educação. Os estabelecimentos ainda estão a adaptar-se a esta situação excecional e decidindo também com os municípios quais as melhores formas de darem resposta às necessidades.
No caso das refeições, por exemplo, há agrupamentos que decidiram manter-se a funcionar nos mesmos moldes de anteriores paragens escolares, como o Natal, em que todos os alunos vão para casa mas as crianças do escalão A continuam a ir almoçar aos estabelecimentos de ensino. É o caso da Marinha Grande, que está a receber cerca de 30 alunos, garantindo que se sentam com as devidas distâncias de segurança.
Outras escolas estão a organizar já sistemas de take away, como Vila Nova de Famalicão, que pede aos pais para comunicarem a necessidade da refeição pelo telefone e para depois levarem os recipientes necessários.
Lisboa decidiu criar um “kit refeição” (pequeno almoço, almoço e lanche) para os cerca de 8 450 alunos abrangidos pela ação social escolar do escalão A, B e NEE, do jardim-de-infância e do 1º ciclo das escolas públicas, providenciando assim toda a alimentação em sistema take-away. As escolas referenciadas funcionam apenas como ponto de recolha, entre as 12 e as 13h30.