Um açúcar presente nas algas atua como supressor de certas bactérias no intestino que podem causar degeneração neural e inflamação no cérebro. Este mecanismo foi confirmado durante um ensaio clínico levado a cabo pela farmacêutica Green Valley e o medicamento já tem luz verde para entrar no mercado, apesar de ainda serem precisos mais testes.
O Oligomannate, que usa algas castanhas, vai ser usado para o tratamento da Alzheimer num estágio leve a moderado, de acordo com o comunicado do organismo que regula o setor dos medicamentos na China.
Para o estudo, publicado no Cell Research, a equipa liderada por Geng Meiyu, do Shanghai Institute of Materia Medica, da Academia Chinesa de Ciências, avaliou 818 pacientes e concluiu que o novo medicamento pode melhorar a função cognitiva dos doentes de Alzheimer em apenas quatro semanas.
“Estes resultados aumentam a nossa compreensão dos mecanismos que desempenham um papel na doença de Alzheimer e significam que o microbioma intestinal é um alvo válido para o desenvolvimento de tratamentos”, explica o neurologista Philip Scheltens, consultor da Green Valley e diretor do Centro para a Alzheimer de Amsterdão.
Para já, o novo medicamento parece ser tão eficaz como os inibidores da colinesterase, com os quais atualmente se trata a Alzheimer, mas com menos efeitos secundários.
O fármaco deverá começar a ser comercializado “muito em breve” na China e já está feito o pedido de aprovação para o mercado internacional, com planos para lançar a terceira fase dos ensaios clínicos nos Estados Unidos e na Europa no início do próximo ano.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Doença de Alzheimer, que começa com perdas de memória e escala para danos cerebrais graves, é responsável por 60 a 70% dos casos de demência a nível mundial.