Um casal de Nova Iorque recorreu aos serviços da clínica de fertilidade CHA para conseguir engravidar. O implante dos embriões foi bem sucedido e, em março, tiveram gémeos. Contudo, depois de um teste de ADN, descobriram que os bebés não eram seus filhos biológicos. O ADN das crianças correspondia ao de outros dois casais, que tinham realizado o mesmo procedimento, na mesma clínica. Anni e Ashot Manukyan, os elementos de um dos casais, já assumiram a custódia da criança, aparentemente a única com o seu ADN. O segundo bebé virá dos óvulo e espermatozoide pertencentes a um terceiro casal que, segundo os processos judiciais, decidiram ceder a custódia ao casal de Nova Iorque.
“A CHA roubou-me a possibilidade de carregar [na barriga] o meu próprio filho, o meu bebé”, indigna-se Anni Manukyan, a mãe biológica. “Quem é que quer conhecer o filho num átrio de um hotel?” O processo judicial diz que o casal descobriu então ” para seu horror” que o seu filho tinha sido “implantado num estranho que, mais tarde, se tornou na sua mãe biológica”. “E a mulher? O que ela estará a passar neste momento? “Graças a Deus que recuperámos o nosso filho, mas ela acabou sem nada”, lamenta ainda Anni.
O casal de Nova Iorque deu à luz dois meninos que, ao contrário dos supostos pais, não pareciam ter descendência asiática.
A fertilização in vitro é o processo de fertilização de um óvulo fora do corpo da mulher, antes de o devolver ao útero para crescer e desenvolver-se. Este casal tentava há vários anos engravidar, por isso, decidiram recorrer a este método. No total, o casal afirma ter gastado mais de 100 mil dólares (88 mil euros) para concretizar a gravidez.
O processo judicial, na Califórnia, alega negligência médica, inflição intencional de sofrimento emocional, e infração de uma lei estatal, que impede o uso de embriões para qualquer outra finalidade que não a consentida pelo provedor. A condenação poderá acarretar uma pena de prisão entre três e cinco anos.
A clínica ainda não comentou o processo judicial.