Segundo um estudo publicado no Current Biology, os percevejos já existem na Terra há cerca de 115 milhões de anos, o que significa que viveram na mesma época que os dinossauros e sobreviveram ao evento que levou esta espécie à extinção.
“Descobrir que estes parasitas que vivem nas nossas camas caminharam lado a lado com dinossauros foi uma revelação”, congratula-se o coautor do estudo, Mike Siva-Jothy, do departamento de ciências de animais e plantas da Universidade de Sheffield’, em Inglaterra.
A equipa de investigadores que ficou encarregue de descobrir a ascendência destes insetos dedicou 15 anos a esta investigação, ao longo dos quais estudaram 34 espécies de percevejos de todo o mundo e analisaram espécimes preservados em coleções de museus.
Os cientistas compararam o ADN dos diferentes espécimes e verificaram como é que este divergia desde os seus antepassados até à atualidade.
“A primeira grande surpresa foi termos descoberto que os percevejos existem há mais tempo que morcegos, uma vez que sempre assumimos que eles tivessem sido os seus primeiros hóspedes”, explicou numa declaração o líder do estudo, Steffen Roth, do museu universitário de Bergen, na Noruega.
As espécies mais primitivas de percevejos “parasitavam” apenas uma vítima, no entanto ainda não é possível determinar quem é que era o hospedeiro.
Os cientistas descobriram que os percevejos, apesar de terem convivido com os dinossauros, não se alimentavam deles, sendo que preferiam animais sedentários, como pássaros ou morcegos.
Também foi refutada a teoria que estes insetos evoluíram especialmente para se alimentarem do sangue de humanos uma vez que, obviamente, existem há mais tempo do que os seres humanos.
Depois desta descoberta, os cientistas pretendem agora descobrir como é que esta espécie adquiriu a capacidade de se alimentar através de sangue e, possivelmente, ajudar os seres humanos a controlar melhor os seus “ataques”.