Sabemos do que se trata quando nos falam da roda dos alimentos. E até podemos ter noção das percentagens que nos aconselham a comer de cada grupo alimentar (por exemplo, devemos ingerir 400 gramas de hortífrutícolas por dia, o que corresponde a 5 porções de fruta e legumes). Mas olhamos para as mãos que ilustram este texto, e para as quantidades recomendadas, e depressa chegamos à conclusão de que comemos demais.
Afinal, sabemos o que significam, na prática, 400 gramas de hortícolas por dia? Se respondermos que não, estaremos a fazer coro com a maioria da população (já agora, acrescente-se que 53% dos portugueses ingere menos do que isso).
Por cá, a Nestlé topou essa nossa ignorância e decidiu dar uma mãozinha – e esta é mesmo literal. Desde janeiro que, em vários supermercados do País, podemos encontrar uma nutricionista ao lado de uma banquinha que se apelida de A Dose Certa. Aqui não se promovem produtos da multinacional da indústria alimentar, mas desafiam-se os clientes para que tentem adivinhar as doses adequadas de vegetais, gorduras e açúcares, carne ou peixe, hidratos de carbono e fruta, numa refeição.
“A medição das doses através das mãos é um método bastante rigoroso, do ponto de vista científico”, garante Ana Leonor Perdigão, a nutricionista da empresa. “Tudo à nossa volta nos leva a comermos mais do que aquilo de que precisamos. Até o tamanho dos pratos aumentou nos últimos anos. É por isso que a dose certa é muito importante na alimentação e noutras dimensões da nossa vida.”
Não é só em Portugal que se come de mais. No Reino Unido, por exemplo, a British Nutrition Foundation acaba de lançar um guia para complementar as diretrizes oficiais – indica as quantidades necessárias de cada tipo de comida para não se ultrapassar a dieta saudável, que à partida não deverá estar acima das 2000 calorias por dia, nas mulheres, ou das 2500, nos homens.
O guia britânico, que se dirige a toda a gente, mais ou menos letrada, também recorre à medida das mãos para facilitar a vida a quem cozinha e não tem uma balança por perto. Saiba que se estivermos a comer queijo, o pedaço que cortamos não deve ser maior do que dois polegares juntos. Mas se quisermos servir-nos de uma batata assada, ela já poderá ser do tamanho do nosso punho fechado. Note-se: pessoas mais altas sentem naturalmente mais necessidades calóricas, mas também apresentam mãos maiores.
Continuando com esta medida, aconselha-se que cada refeição seja composta por uma palma da mão de carne ou peixe (e um dedo mindinho de espessura), um punho fechado de hidratos de carbono (arroz, massa, batata…), duas mãos abertas de vegetais, meio polegar de gorduras e açúcares e uma mão aberta em concha de fruta. Bom apetite!