Há mais do uma “primeira vez” nesta descoberta agora publucada no Astrophysical Journal Letters: É a primeira vez que são encontrados planetas tão jovens e estes são os primeiros a ser captados pelo potente telescópio ALMA que perscruta o Universo a partir do Chile. A técnica, essa, é igualmente pioneira.
Os três planetas “bebés” foi encontrados por duas equipas diferentes de astrónomos, na constelação de Sagitário, a orbitar uma estrela muito “recente” também – 4 milhões de anos, o que faz dela uma recém-nascida quando comparada com o nosso Sol, que tem mil vezes mais – a 330 anos-luz da Terra. Na verdade, são ainda “protoplanetas”, grandes corpos matéria ainda na fase inicial na evolução de um planeta.
A descoberta não podia deixar os astrónomos mais entusiasmados. “Encontrar planetas neste estágio da sua vida é extremamente difícil e, basicamente, resume-se a encontrar provas suficientes para mostrar que só um planeta pode causar o que estamos a ver”, explica Richard Teague, principal autor de um dos dois estudos. À CNN, o astrónomo da Universidade do Michigan, EUA, adianta que é assim “porque os planetas ainda estão rodeados por gás e poeira que vão formar as suas atmosferas”. E é por isso também que os métodos tradicionais para encontrar exoplanetas não funcionam no caso dos protoplanetas.
O telescópio Kepler, que já descobriu milhares de exoplanetas, procura alterações na luz que os planetas causam quando passam em frente à sua estrela. Para encontrar protoplanetas foi preciso desenvolver uma nova estratégia: procurar sinais de como os planetas afetam o ambiente em torno, em vez de procurar os planetas em si.
O facto de duas equipas independentes terem chegado à mesma conclusão só reforça o resultado, como sublinha Teague.
E este é só o início, acredita Christophe Pinte, autor do outro estudo e professor na Escola de Física e Astronomia da Universidade de Monash, na Austrália.
A descoberta, esperam as duas equipas, pode abrir um novo campo de investigação sobre a formação inicial dos planetas, que ainda permanece obscura para os astrónomos. “Detetar protoplanetas é algo que está na fronteira da ciência”, conclui Pinte.