O estudo, um dos maiores alguma vez realizados sobre a queda na contagem de espermatozóides, analisou os resultados de 185 investigações diferentes realizadas entre 1973 e 2011 e concluiu que entre 1973 e 2011 houve uma queda de 59,3% na quantidade média de espermatozóides produzidos por homens na Europa, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.
O grupo de sete investigadores de várias universidades alerta que a taxa de declínio é alta e que pode continuar a aumentar.
Os dados são alarmantes e Hagai Levine, epidemiologista e principal autor do estudo, sublinha que “se não mudarmos a forma como vivemos, a maneira como nos relacionamos com o ambiente e os produtos químicos aos quais estamos expostos, mais cedo ou mais tarde podemos ter um grande problema relativamente à nossa reprodução, que pode levar ao fim da espécie humana.”
Investigadores que não participaram no estudo mostraram-se céticos quanto aos resultados mas não deixaram de elogiar a qualidade da investigação. No entanto sugerem que as conclusões do estudo podem ser prematuras tendo em conta que não houve nenhum declínio na quantidade de espermatozóides produzidos por homens na América do Sul, África e Ásia. Por sua vez os investigadores que participaram no estudo sublinham que nestes continentes não houve um número significativo dados que permitisse chegar a essa conclusão.
Estudos feitos anteriormente também revelaram declínios acentuados na contagem de espermatozóides em países em desenvolvimento mas os céticos defendem que a maior parte desses estudos teve problemas: alguns tinham uma amostra muito pequena de indivíduos analisados e outros apenas incluíam no estudo homens que recorriam a clínicas de fertilidade e que por isso tinham maior probabilidade ter uma baixa contagem de espermatozóides.
Problemas como o tabagismo, a obesidade, exposição a produtos químicos usados em pesticidas e plásticos e até mesmo o stress podem ser causas deste declínio. “É preciso tomar uma atitude. Por exemplo estabelecer melhores regulamentações de produtos químicos produzidos pelo homem. E é preciso continuar com os esforços para combater o tabaco e a obesidade” defende Levine.