“Os dispositivos móveis que ocupam uma parte importante das nossas vidas. Têm informações importantes e são, também, a nossa porta de entrada nas contas bancárias online, nos e-mails, na partilha de fotografias, na comunicação com família e amigos. Será que os protegemos devidamente? Devíamos, porque ainda que os riscos sejam muitos, podem ser evitados se adotarmos atitudes seguras.” O alerta de Alfonso Ramírez, Diretor Geral da Kaspersky Lab Iberia, em declarações à VISÃO, junta-se ao coro de especialistas a chamarem a atenção para necessidade de proteger a nossa vida digital.
Quincy Larson, o informático por trás do site “Free Code Camp” que ajuda os iniciantes a entrar no mundo da programação e que é já usado por uma comunidade de milhões de participantes, deu, ao site de notícias americano Business Insider, algumas dicas nesse sentido – No fundo, para fazer com o seu computador o que faz quando chega ou sai de casa: fechar a porta. Neste caso, encriptar.
Estas dicas são 100% legais e gratuitas, mas Quincy Larson sublinha que a ideia de uma web totalmente segura ou privada é ilusória.
1 – Usar dois fatores de autenticação
Se alguém conseguir aceder à sua caixa de e-mail, consegue não apenas ler os seus mails mas também usá-la para alterar as suas passwords, podendo aceder aos seus perfis nas redes sociais e às suas contas bancárias. Um dos passos que pode evitar estes ataques é o uso de dois fatores de autenticação. É, no fundo, um segundo passo necessário para aceder à sua conta e envolve geralmente a necessidade de receber um SMS.
No caso das contas de e-mail da Google, a ativação destas duas passwords pode ser feita aqui.
2. Encriptar o seu disco interno
Tantos os dispositivos MacOS como os Windows têm uma opção de total encriptação do disco, usando, por exemplo, o BitLocker ou o VeraCrypt.
Este mecanismo faz com que, mesmo que alguém lhe roube o computador ou consiga, por alguma via, aceder-lhe, nunca consiga chegar aos dados que tem no disco. Esta ferramenta também pode ser usada em discos externos que, uma vez encriptados, passam a pedir uma password, seja qual for o computador em que entrem.
3. Ter atenção às suas passwords
1234 / 9999 / 1111 / 3333 / 0000 / 5555 / 1212 / 6666 / 7777 / 1122 / 1004 / 1313 / 2000 / 8888 / 4444 / 4321 / 2222 / 2001 / 6969 / 1010
Esta é a lista das passwords mais frequentes, segundo Quincy Larson, e que provavelmente quem quiser aceder a um dos seus dispositivos vai tentar inserir. Evite-as.
4. Usar diferentes passwords para cada dispositivo e cada conta
As passwords são, por defeito, inseguras. E até Mark Zuckerberg já sofreu por usar as mesmas passwords em várias contas. No inicio deste ano, um grupo de hackers divulgou uma lista com 117 mil combinações de passwords, entre as quais a do LinkedIn de Mark Zuckerberg – “dadada”. E só com esta combinação, conseguiram aceder à sua conta de e-mail e depois chegar às contas do Twitter e do Pinterest do fundador do Facebook.
Portanto evite usar a mesma password para mais do que uma conta e se tiver dificuldade em lembrar-se de todas elas, use um gestor de passwords.
5. Usar a aplicação “Signal” para enviar mensagens totalmente seguras
A aplicação “Signal” disponibiliza um serviço de partilha de mensagens (de texto, imagem ou vídeo), com a possibilidade de criar conversas de grupo e de fazer chamadas totalmente encriptadas. Ou seja, é praticamente impossível a alguém de fora aceder aos conteúdos partilhados. Para usar basta instalar a aplicação, convidar os seus amigos e familiares para aderir e comunicar sem grandes restrições.
A Electronic Frontier Foundation atribuiu-lhe uma classificação perfeita no que diz respeito à segurança das mensagens partilhadas. O Signal é de acesso livre e está disponível para os sistemas Android e IOS.
6. Fazer pesquisas com o Tor
Se acha que o modo “Incógnito” do Chrome ou o “Pesquisa Privada” do Firefox fazem com que passe totalmente despercebido,desengane-se. A única proteção destes modos tem a ver com o seu histórico, que não reconhece os sites que visitou. No entanto, há muitas entidades que podem ter acesso aos conteúdos que visita: os serviços que lhe disponibilizam a rede de internet, os administradores da rede em que pesquisa (de uma escola ou do seu local de trabalho) e a Google ou qualquer que seja a empresa responsável pelo browser que está a usar.
Segundo este especialista, o Internet Explorer, o Safari, o Opera e outros navegadores de web não são seguros. Uma boa alternativa é o Tor, uma ferramenta que garante o quase total anonimato. Na prática, “mascara” os dados do seu dispositivo, garantindo que não o identificam. Pode estar em Portugal a fazer as suas pesquisas, e ser identificado como estando no Brasil, por exemplo.
Como usar o Tor em cinco passos:
Se estiver no sistema windows basta ir ao site e fazer o download. No caso de estar a usar o sistema Android ou IOS:
1) Faça o Download do Orbot
2) Faça o Download do Download do navegador Orfox
3) Abra o Orbot
4) Abra o Orfox
5) Verifique se resultou em check.torproject.org
7. Pesquisar em Privado
Se não achar o Tor prático ou conveniente pode optar por usar o DuckDuckGo, a ferramenta que não o identifica.
Pode associá-lo ao Chrome, por exemplo e, para fazer pesquisas encriptadas através do Google basta usar o prefixo !google. A partir daí, as suas pesquisas estarão em privado.
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