O movimento mundial contra o plástico tem vindo a ganhar força nos últimos anos, desde que se percebeu que boa parte do material vai parar ao oceano, tornando-se nocivo para os animais marinhos e entrando inclusive na cadeia alimentar.
É neste contexto que este cerco se tem vindo a apertar – e a medida agora aprovada pelos franceses é verdadeiramente uma declaração de guerra a esse material inventado com a melhor das intenções mas que se tornou um imenso problema para o homem e para o planeta.
Incluída nesse ambicioso plano chamado Energia de Transição para um crescimento verde, a lei quer ser um contributo efetivo do país no combate às alterações climáticas. As organizações ecologistas já bateram palmas, mas as críticas também não tardaram, apontando uma violação do princípio da livre circulação de bens.
“Iremos sempre bater-nos contra leis como esta e esperamos que a Comissão Europeia intervenha, punindo a França por violar um dos princípios base da União”, fez saber a Pack2Go Europe, uma organização de embaladores. “Se não o fizer, avançamos nós”, garantiu Eamon Bates, secretário-geral da Pack2Go.
França é o primeiro país no mundo a avançar neste sentido, mas sublinha o governo francês que, perante os números, outros deveriam seguir-lhe os passos: 5 mil milhões de sacos plásticos são distribuídos nas caixas registadoras dos supermercados, outros 12 mil milhões são utilizados para embalar frutas e legumes. Destes, 8 mil milhões acabam como lixo, sobretudo no mar – e um saco plástico demora aproximadamente 450 anos para se decompor na natureza. Um último aviso, anunciado em Davos logo no início de 2016: em 2050, os oceanos poderão ter mais plástico do que peixe.