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O navio russo Akademik Tryoshnikov
Um grupo de cinco cientistas russos passou as últimas duas semanas dentro de quatro paredes, na estação meteorológica da ilha de Troynoy, a norte da Sibéria, cercado por uma dúzia de ursos polares famintos. A operação de salvamento iria durar um mês, o tempo previsto de viagem de barco até à ilha de 27 quilómetros de comprimento, em pleno Oceano Ártico, mas os cientistas conseguiram libertar-se da ameaça esta quarta-feira, 14, graças ao navio-almirante Akademik Tryoshnikov, que passava na zona e lhes forneceu cães e sinalizadores luminosos para afastar os predadores.
Com os seus 42 dentes, o urso polar é o mais carnívoro de todos os ursos e tornou-se uma séria ameaça à vida dos cientistas depois de, a 31 de agosto, terem matado um dos dois cães da equipa russa, que para agravar o quadro deixou esgotar o stock de sinalizadores com que costuma defender-se destes animais. O que mais surpreendeu o quinteto (incluia dois casais) desta vez foi a quantidade de ursos que se juntaram à sua porta, um deles, uma fêmea, presença constante deixado de umas das janelas do edifício.
Segundo a porta-voz da empresa responsável pela estação meteorológica, Yelena Novikova, o degelo crescente no Ártico fez com que os ursos não tivessem conseguido atravessar para outras ilhas, em busca de comida, como é habitual. “Este ano o gelo desapareceu mais depressa e os ursos não tiveram tempo de nadar para outras ilhas. Como ali não há comida, foram para a estação”, afirmou à agência de notícias russa TASS, para justificar o número “invulgar” de ursos que se juntaram nesta ‘caçada’ coletiva.