Cerca de um mês depois de ter sido mãe pela segunda vez, Chelsea Clinton, 36 anos, foi a última a discursar antes de a sua mãe, Hillary Clinton, candidata às eleições americanas, subir ao palco para aceitar a nomeação do partido democrata. Foram 12 minutos a discursar que começaram por reforçar como se sente orgulhosa por ser americana, por ser democrata, por ser mãe e, principalmente, por ser filha. Foi com o lado afetuoso da avó dos seus dois filhos que Chelsea Clinton agarrou a audiência emocionada, onde também se encontrava o marido, Marc Mezvinsky. “A minha mãe para tudo o que está a fazer, seja entrar num palco para um debate ou para discursar, para estar no Facetime a mandar beijinhos à neta Charlotte de quase dois anos”. Chelsea viajou no tempo para recordar as memórias mais antigas que tem da mãe, sempre presente em todos os jogos de futebol, em todos nos recitais de piano, em todos os saraus de dança e aos domingos na igreja e na biblioteca. “Sempre que estava fora em trabalho deixava-me numa gaveta especial bilhetes para abrir todos os dias, com a data em que deveriam ser lidos. Quando foi a França para saber mais sobre o sistema de saúde infantil escreveu sobre a Torre Eiffel.”
À medida que foi crescendo, Chelsea lembrou que as conversas à volta da mesa começavam sempre com o que tinha aprendido na escola nesse dia. Com os pais sempre partilhou opiniões e factos e “a sensação de ser valorizada e amada é o que a minha mãe quer para cada criança. Educaram-me para saber a sortuda que sou. Nunca tive de me preocupar com comida na mesa, com uma boa escola ou um bairro seguro para morar.”
Elegante, com um vestido vermelho, Chelsea Clinton descreveu a mãe como uma lutadora e um exemplo a seguir, uma vencedora que nunca desiste. “Uma ouvinte e uma pessoa de ação, uma mulher que se move pela compaixão, pela fé, pelo sentido de justiça e com o coração cheio de amor”. “Nunca se esquece por quem está a lutar. Trabalha para ser mais fácil para as crianças órfãs serem adotadas, para as mulheres em todo o mundo estarem a salvo e serem tratadas com dignidade e terem mais oportunidades.” E, no fim, uma ressalva sentimentalista de que a sua avó, Dorothy Howell Rodham, estaria orgulhosa de ver como a sua filha Hillary se transformou na primeira mulher indicada por um dos dois grandes partidos para a presidência dos Estados Unidos. Palavra de filha.