Conhecido como detetor de mentiras, o polígrafo é ele próprio uma fraude.
Embalada pelo que vê em séries criminais, toda a gente parece acreditar que a máquina dita sentenças no tribunal ou arruína casamentos. Não é bem assim. Em fevereiro, foi divulgado um estudo do físico americano Morton Tavel que evidenciou a pseudociência por trás do polígrafo – o que acontece é que a pessoa diz a verdade apenas porque julga que a máquina lhe apanha a mentira. Ou seja, serve apenas para induzir confissões. Inventado em 1921, o engenho regista as variações fisiológicas (pressão arterial, pulsação…) assentes numa entrevista com perguntas relevantes e de controlo. Não existem, no entanto, registos históricos de que seja possível medir a resposta emocional à mentira – o que não impede agências como o FBI ou a CIA de usar o aparelho. Dada a escassa validade científica, muitos investigadores apelam à extinção do teste nos tribunais.