Apenas um em cada quatro portugueses se sente revigorado após uma noite de sono e 45% dorme mal. Não admira, pois, que a hora de saltar da cama seja um tormento que se tenta atenuar com cinco minutos de bónus, enrolados nos lençóis.
Existem novos modelos que ajudam a acordar assim que soa o alarme. O velhinho despertador de corda e com campainhas ensurdecedoras já rareia nas casas portuguesas, ameaçando ser deposto pelo telemóvel. Mas até nesse caso há solução para não se prolongar a luta com Morfeu: algumas aplicações exigem um despertar bem consciente, como a Snap Me Up, que obriga o usuário a tirar uma selfie para o despertador parar, ou Puzzle Alarm Clock, em que só a resolução de um puzzle o desliga. Numa versão mais tradicional, o Crazy Clocky (€40 na internet), por exemplo, tem rodas e desata a correr quando se toca no botão pela segunda vez. Rapidamente ele cairá ao chão e rodará pelo quarto até ser parado. O Carpet Alarm Clock (€100) é um tapete que se coloca junto à cama, sem opção snooze – só se cala quando sente os dois pés em cima dele. O Sensorawake (€80), desenvolvido por um francês de 18 anos, promete anunciar a manhã com cápsulas de aromas, que podem ir do café ao cheirinho de uns croissants acabados de fazer. Aberto o apetite, será mais fácil sair da cama? Para quem gosta de exercício, criou-se um haltere (€20), que só se cala depois de 30 push-ups em posição vertical.
E o flying alarm clock (€30) solta uma hélice que voa, ao som de uma sirene, e só deixa de fazer barulho quando a apanharmos.
Robert S. Rosenberg, diretor do Centro de Transtornos do Sono do Arizona, EUA, estará feliz com esta tendência, já que rejeita totalmente a opção snooze: “Fragmenta-se o sono adicional, que acaba por ser de pouca qualidade e incita-se o corpo a começar um novo ciclo sem tempo suficiente para o completar.” Atrasar o alarme pode criar a inércia do sono – o estado de sonolência e desorientação que acontece quando se acorda, de forma repentina, de um dormir profundo. Da próxima vez que adiar o despertar, pense nas consequências – a capacidade de tomar decisões, a memória e o rendimento serão afetados e não há café ou banho frio que consigam reverter o problema.