Mais de 50% das mulheres gostavam de ter mais relações sexuais, de acordo com uma aplicação de fertilidade, Kindara. Isto vem contrariar os estereótipos populares de que os homens têm mais desejo sexual que as mulheres. Três quartos de um universo de 500 mulheres disseram que gostariam ter relações sexuais mais de 3 vezes por semana, e 13% prefeririam 6 vezes por semana.
Fóruns em que as mulheres partilham as suas experiências sexuais sem tabus, como é o caso do novo Tumblr “How to make me come” (Como me fazeres atingir o orgasmo), estão a revolucionar a sexualidade feminina.
Embora a ideia da mulher desfrutar de relações sexuais não seja algo estranho na sociedade atual, a pornografia fez com que a sexualidade feminina desse uns passos para trás.
Raparigas nas escolas dizem já ter visto pornografia nos telemóveis dos colegas rapazes e pensam que o sexo é algo agressivo e violento, que será algo que lhes acontecerá quando se entregarem a um rapaz, algo que os rapazes iniciam para o seu próprio prazer enquanto as mulheres se submetem. Os rapazes, por sua vez, sentem-se confusos em relação ao papel que têm a desempenhar e o que é esperado deles na hora H.
Muitos são os fatores que têm reduzido o poder da sexualidade feminina ao longo da história. A maneira como cada mulher olha para o seu poder sexual também muda. Por exemplo, a ideia de uma mulher que consegue facilmente comunicar com o seu companheiro sobre o que a excita, será diferente para mulheres que se debatem diariamente com estereótipos sexuais associados com raça, profissão ou identidade de género. É por esta razão que a criação de espaços onde as mulheres podem falar abertamente sobre o que foi, outrora, estigmatizado e tabu é fundamental.
Expor a importância do prazer feminino num mundo em que os nossos media hiper-sexualizados consideram “sexy” uma rapariga magra, branca, com um grande peito, perna altas, submissa e heterossexual é essencial.
O facto de várias mulheres revelarem os seus desejos sexuais numa aplicação não quer dizer que confidenciam os mesmos com os seus parceiros sexuais – aliás, esta reportada insatisfação pode sugerir o contrário.
Na era da pornografia online, que mostra mulheres a gritar regularmente orgasmos múltiplos sem esforço aparente dos seus parceiros, a partilha de histórias sobre sexo e climax não é apenas importante. É um serviço público.