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E-mail: Prós e contras
Vantagens
- Transferência/partilha de ficheiros (som, texto, imagem)
- Possibilidade de registo e de arquivo
- Forma de comunicação dominante entre instituições (nacionais e estrangeiras)
Desvantagens
- Interação não personalizada e lenta (não é em tempo real)
- Perda de tempo e eficácia (spam e/ou uso abusivo da ferramenta)
- Entropia (o que uma empresa recebe e armazena duplica em cada 18 meses)
Este é o ano de revolucionar o modo de comunicar dentro das empresas e acabar com a poluição, no ambiente de trabalho. Como? Substituindo o correio eletrónico por ferramentas mais ágeis. A ideia partiu de Thierry Breton, ex-ministro francês de Economia e Finanças e atual CEO da Atos, uma grande empresa de tecnologias de informação.
O debate surgiu na sequência de um estudo interno, com resultados expressivos: mais de cem e-mails recebidos diariamente; um em cada cinco era considerado spam; os 80 mil empregados gastavam entre 5 e 15 horas semanais na gestão da caixa postal. Pior: os jovens recrutados pela empresa ignoravam a ferramenta do (Microsoft) Outlook, preferindo as redes sociais. A alternativa foi encorajar o uso do Instant Messaging e de outras plataformas de partilha (Communicator, Atos Wiki, etc.). Breton avançou com a política “Zero e-mail” e vaticinou o fim do e-mail em apenas dois anos.
No universo das empresas de tecnologias de informação, a corrida a produtos de networking entre colaboradores não se fez esperar. A Capgemini anunciou uma redução superior a 40% do tráfego de correio, a Intel implementou as sextas-feiras sem e-mail e a IBM Brasil apostou nos grupos de trabalho online e nas redes como o LinkedIN. As estimativas de vendas de tablets e smartphones, nas plataformas Apple e Android, parecem favorecer esta tese mas, por enquanto, não há sucessor à altura.
Melhorar em vez de banir
“A ideia da Atos terá sido limitar o uso do e-mail para fins que não são o core da organização”, esclarece Pedro Veiga, presidente demissionário da Fundação para a Computação Científica Nacional. Em Portugal, é consensual a ideia de que o e-mail está para durar mas, com o advento das redes sociais, quer-se mais eficiente. E quem estiver na linha da frente em inovação ficará em vantagem.
“Não se pode falar de declínio, antes de uma mudança de paradigma”, defende Patrícia Fernandes, da Microsoft, empresa que acaba de lançar o Office 365, com funcionalidades de social networking e recurso à computação em nuvem, à semelhança do que está a ser feito na PT (Cloud PT). Celso Martinho, diretor técnico do Sapo, acrescenta: “O e-mail é muito popular e continua a ser a principal ferramenta de trabalho interna, complementada por outras ferramentas emergentes.”
A Google também entrou na corrida, admite fonte da Google Portugal: “Há uns anos, lançámos a caixa prioritária, uma funcionalidade que ajuda a organizar e a ordenar os conteúdos no gmail, e criámos uma forma de partilha social alternativa, o Google+.” E o Yahoo criou uma versão mais intuitiva de e-mail, em várias plataformas, que deverá entrar no mercado ainda este ano.
O mau uso (para fins comerciais indesejados) e a menor proximidade face aos nativos digitais não retira valor à clássica caixa postal eletrónica, antes pelo contrário. Paulo Querido, jornalista-programador, destaca uma tendência visível: a migração dos arquivos de dados das empresas para a nuvem, com um novo serviço de correio e aplicativos mais rápidos e informais. Menos certo, diz, é o fim da caixa postal: “A acontecer, porque tudo acaba, só talvez daqui a cinquenta anos.”
Seguindo esta lógica, Nuno Fórneas, da Novabase, propõe um cenário curioso: “À medida que a utilização destes meios rápidos, mas intrusivos, continuar a crescer e formos bombardeados com spam por Instant Messaging, Facebook, Tweets, etc., vamos ter saudades do ‘velhinho’ e-mail.” Será?