A ENTREVISTA DIVIDA POR TEMAS:
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A sucessão
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A vida do tour
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A pressão de ser português… em Portugal
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O fim do sonho
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Os amigos do tour
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A relação com Kelly Slater
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A vantagem psicológica
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As duas divisões do surf
AS FOTOS:
Já pensou no dia em que não estará entre os melhores?
Sim. Estou com 32 anos e a idade máxima dos atletas anda por aí… Há exceções, mas a maioria entra nos 30 e começa a ficar cansado, deixa de ter paciência para acordar tão cedo, para treinar tanto…
Está a acontecer consigo?
Não, porque ainda há metas que pretendo atingir. Se terminasse a carreira sem sequer chegar lá perto sentir-me-ia um pouco mal…
Porquê? Nunca nenhum português chegou tão longe no surf profissional e não se vislumbra que alguém venha a consegui-lo, em breve…
Tenho consciência que fiz uma boa carreira. Não considero, de modo algum, que o meu percurso tenha sido falhado, mas sinto que tenho potencial para fazer ainda mais.
Quantos anos conta estar entre a elite?
Pelo menos mais dois ou três.
Sabe o que vai fazer depois?
Não. E isso é um bom sinal. Significa que estou concentrado naquilo que estou a fazer agora. O meu contrato com a Quiksilver dura mais 8 anos. Mesmo que não me qualifique, no próximo ano, não vou perder o patrocínio. Eles quiseram deixar-me à vontade para usufruir um pouco de tudo o que já fiz até hoje e, nesse sentido, sou um sortudo.
Fazer surf pelo mundo e andar por ondas grandes é algo que quero fazer quando deixar de competir. Mas, neste momento, a chama ainda está muito forte.