Cientistas do Hospital Universitário de Hamburgo conseguiram hoje decifrar, com a ajuda de colegas chineses, o código genético de uma perigosa estirpe da bactéria E.Coli.
A descoberta permite tentar agora criar melhores terapias e formas de diagnóstico para debelar a epidemia, que já contaminou quase duas mil pessoas em todas as regiões alemãs, anunciou o microbiólogo Holder Rohde, da Universidade de Hamburgo.
O gene da bactéria, segundo o mesmo especialista, é um tipo especial de E.Coli, que ainda não foi descrito cientificamente. A sequência genética sugere que a estirpe é uma mutação de dois tipos de E.coli, com genes letais que podem explicar o foco de infeção na Europa, sobretudo na Alemanha.
Hilde Kruse, um perito em segurança alimentar da OMS, declarou à Associated Press que esta é uma “estirpe única que nunca tinha sido isolada em doentes”.
A nova estirpe tem “várias características que a tornam mais virulenta e mais produtora de toxinas”, acrescentou o especialista.
Até ao momento, as autoridades e os investigadores ainda não conseguiram determinar a origem do surto infecioso que se tem registado sobretudo na Alemanha.
O surto agravou-se esta quinta-feira, com o balanço do número de mortes a subir para 18 e com o registo de centenas de novos casos detetados, inclusivamente na Holanda e nos Estados Unidos em pessoas que, aparentemente, terão estado em trânsito na Alemanha.
A Comissão Europeia levantou na quarta-feira o alerta sobre os pepinos espanhóis, após a Alemanha ter reconhecido que estes não terão sido a causa do surto. Mantêm-se análises a vários vegetais e o conselho à população alemã é o de evitar comer pepinos, tomate ou alface crus.