O livro indica que a Letónia é o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos, mas logo a seguir vêm, ex-aequo, Portugal, Bulgária e Roménia, refere o estudo apresentado quinta-feira no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa.
No que toca às diferenças de rendimento total entre os mais ricos e os mais pobres Portugal está no quarto lugar da lista dos países mais desiguais.
Europa mais distante
O rendimento e a escolarização dos trabalhadores portugueses estão também muito aquém da média da União Europeia, uma situação que se tornou um ciclo vicioso que leva à pobreza, defendeu esta quinta-feira o coordenador do livro “Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores”.
“Quando estamos a comparar-nos com outros países, percebemos que a nossa situação é deveras preocupante. A distância que nós temos em relação a outros países é muito grande, tanto em termos de rendimento como ao nível da escolarização”, explicou o responsável do Observatório das Desigualdades, Renato Miguel do Carmo.
“E a questão que pomos é: com a crise, em que medida é que estas tendências estruturais se vão agravar? O desemprego já é um sinal preocupante desse agravamento”.