Não se trata de aumentar apenas a esperança média de vida, mas garantir que os últimos 50 anos são vividos de forma tão activa como na primeira metade de século. Um grupo de cientistas britânicos anunciou, na segunda-feira, o lançamento de um projecto que passa pela substituição das partes corporais mais desgastadas pelo envelhecimento.
A iniciativa surge numa altura em que estudo, publicado recentemente na revista científica Lancet, anuncia que mais de metade dos bebés nascidos actualmente nos países desenvolvidos chegarão aos 100 anos. A ideia é agora garantir que essa vida longa não seja acompanhada por articulações gastas, artérias entupidas e queda de dentes…
O projecto é da Universidade de Leeds, a maior unidade britânica de bioengenharia e a líder mundial na pesquisa sobre a substituição de articulações.
À luz da iniciativa, os novos pensionistas poderão desfrutar de ancas novas, válvulas cardíacas e “remendos” nas artérias, tudo com base em tecnologia que ou já existe ou está em franco desenvolvimento com vista a garantir que as novas peças não serão rejeitadas.
Ao todo, o projecto, que deverá ser desenvolvido ao longo dos próximos anos, custará 50 milhões libras (cerca de 54 milhões de euros) e juntará cientistas e engenheiros britânicos.
Entre as conquistas já alcançadas encontram-se válvulas cardíacas que não são rejeitadas pelo corpo do paciente e que podem durar toda a vida. Trata-se de válvulas humanas, doadas, que são submetidas a um procedimento que lhes extrai o ADN que poderia levar à sua rejeição.
A mesma técnica pode ser usada para criar novas cartilagens e pele.