Cerca de 200 mil pessoas são anualmente vítimas nos Estados Unidos de ataques cardíacos sem se darem conta, uma vez que são indolores ou provocam dores que as vítimas atribuem a outras causas, explica Han Kim, cardiologista da Faculdade de Medicina da Universidade Duke (Carolina do Norte, sudeste), principal autor desta investigação publicada na revista
PLoS Medicine.
Além disso, os enfartes furtivos não deixam vestígios passíveis de detectar por meio de um electrocardiograma, que se faz para conhecer as irregularidades do ritmo cardíaco, adiantou.
Uma nova técnica de imagiologia cardíaca por ressonância magnética em alta resolução (DE-CMR) parece ser uma maneira de detectar os estragos provocados por estes enfartes discretos, porque o sistema permite distinguir os tecidos cardíacos afectados dos que estão intactos.
Para o estudo, os investigadores submeteram a um DE-CMR 185 doentes suspeitos de sofrerem de problemas coronários, mas que nunca tiveram uma crise cardíaca.
Todos estes doentes fizeram também uma angiografia para determinar se as artérias estavam bloqueadas ou tinham qualquer tipo de bloqueio. De seguida, foram acompanhados durante dois anos para ver se os enfartes silenciosos estavam ligados a um risco mais elevado de mortalidade.
Os autores do estudo descobriram que 35 por cento dos participantes manifestaram sinais de ataques cardíacos furtivos. Trata-se de “enfartes sem presença de onda Q”, que é normalmente a assinatura da presença de tecidos cardíacos afectados num eletrocardiograma.