O suspeito, agora detido, ameaçava tornar pública na Internet a informação recolhida dos computadores das raparigas, caso as jovens não lhe enviassem fotografias sugestivas.
Patrick Connolly, que esteve na base militar norte-americana em Bagdade, foi detido sexta-feira passada em Atlanta, após uma investigação de cinco anos do FBI.
De acordo com as autoridades, o assédio tinha início quando as jovens começavam a receber mensagens insistentes de um endereço que não conheciam.
Quando estas enviavam um e-mail a perguntar de quem se tratava, o remetente dizia “Sou o pirata informático do teu computador” e, pouco depois, enviava novas mensagens a solicitar as fotografias.
Em caso de recusa, tinham início as ameaças de divulgação de dados pessoais, obtidos mediante programas de controlo remoto infiltrados nos computadores, o que motivou queixas de várias jovens.
Seis das sete jovens nomeadas como vítimas na queixa do tribunal vivem na Florida mas as autoridades afirmam que o suspeito contactou adolescentes em várias partes do mundo a partir de 2005.
Por diversas vezes, Patrick Connolly ameaçou magoar a irmã de uma das vítimas, apagou definitivamente ficheiros do computador de uma outra jovem que se recusou a enviar fotos sugestivas e ameaçou enviar imagens explícitas recolhidas por uma terceira rapariga para a avó desta, se ela não continuasse a colaborar.
Patrick Connolly chegou mesmo a aparecer no local de trabalho de outra jovem, que tinha então 16 anos, querendo levá-la para um parque temático da produtora cinematográfica Universal, o que ela recusou.
Connolly esteve presente num tribunal de Atlanta na segunda-feira e deverá ser deslocado brevemente para Orlando, onde terá uma audição num tribunal federal.
Os agentes do FBI foram auxiliados na investigação que os conduziu a Connolly por um antigo cúmplice – Ivory Dickerson, considerado culpado num processo de pornografia infantil em 2007 – que contou às autoridades ter “partilhado vítimas” com o soldado privado.
Ivory Dickerson, da Carolina do Norte, tinha mais de quatro mil vítimas elencadas no seu computador e, apesar de colaborar na captura de Patrick Connolly, foi condenado a um total de 110 anos de prisão.