Um partido com as portas da sua casa abertas, literalmente. Com uma sede no centro da capital e onde se pudesse entrar e encontrar um ambiente estilo start-up. Em que o líder fosse eleito não apenas pelos militantes, mas pela sociedade civil. Estas e outras propostas apresentou o presidente da JSD, Alexandre Poço, aos dois candidatos às diretas do PSD – Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva.
No Irrevogável, o deputado social democrata defendeu que esta eleição, que acontece no próximo sábado, é “uma oportunidade para o PSD mudar de rumo” e “resolvermos alguns problemas do partido”, que, nos últimos anos, “não tem sido visto como alternativa”. Crítico assumido da liderança de Rui Rio, Alexandre Poço assume que o partido “não tem conseguido explicar bem a sua mensagem e ainda sofre as consequências de uma governação exigente” no tempo da troika.
Já de Luís Montenegro – o candidato que considera mais bem preparado para substituir Rio – espera “uma liderança pujante, viva, combativa e capaz de galvanizar o PSD com substrato”, negando que Montenegro, se eleito, possa ser um líder de transição. “A prazo estão os iogurtes. A nova liderança do PSD tem de olhar para o futuro”, afirmou.
Durante a entrevista, Alexandre Poço acusou ainda a maioria socialista de usar “um rolo compressor para chumbar todas as propostas de alteração” feitas pelos outros partidos, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado. “Este primeiro orçamento da maioria de António Costa veio evidenciar que as suas promessas são mais palavras dadas do que honradas”, disse, numa alusão à frase de António Costa “palavra dada é palavra honrada”. Exemplificando que o “PSD apresentou mais de cem propostas e terá um número muito reduzido [de propostas] aprovadas. Não sei se chegam a cinco, já a contar com as do PSD Madeira”, com quem os socialistas se reuniram ao contrário do que aconteceu com o PSD nacional.