A caminhada de Luís Montenegro nos primeiros sete meses de mandato tem sido perturbada por duas pedras no sapato, mas o chefe do Governo não pondera, nesta fase, descalçar-se, nem sequer abrandar o passo. As ministras Ana Paula Martins e Margarida Blasco estão sob fogo cerrado da oposição, mas fonte do Executivo AD confirma, à VISÃO, a intenção de manter, nos respetivos cargos, as titulares das pastas da Saúde e da Administração Interna. “Não há, para já, qualquer intenção de fazer mudanças. Luís Montenegro quer segurar as ministras [Ana Paula Martins e Margarida Blasco], e ‘empurrar’ qualquer eventual remodelação no Governo para o próximo ano, talvez no final do primeiro trimestre de 2025, lá para abril ou maio”, afirma.
A semana horribilis do primeiro-ministro, desde que chegou a São Bento, tem a “marca” da pasta da Saúde, mas nem assim parece haver intenção de modificar o plano inicial. Recorde-se que Ana Paula Martins acabou “enredada” nas consequências da (não acautelada) greve dos técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica de Portugal (INEM), período durante o qual terão morrido 11 pessoas por eventuais atrasos no socorro, que estão agora a ser investigadas pelo Ministério Público.