Os boletins de voto nas legislativas não têm caras, mas certo mundo científico propõe a hipótese de haver eleitores que, mesmo inconscientemente, optam sempre pelos candidatos que julgam mais atraentes. Partindo desta teoria, perguntamo-nos se uma barba bem aparada, um par de olhos azuis, um cabelo bem penteado ou uma roupa bem escolhida podem, de facto, ser fatores importantes para decidir quem nos vai governar. E se os nossos políticos já entraram neste jogo de… sedução.
Existe até um conceito (antigo) que pode ajudar a explicar o fenómeno: chama-se “efeito halo”, foi estabelecido no início do século XX, pelo psicólogo norte-americano Edward Lee Thorndike (1874-1949), e resume como uma única impressão é capaz de “contaminar” todo o julgamento que fazemos de determinada pessoa. Os outros elementos são atirados para segundo plano ou simplesmente ignorados – a forma sobrepõe-se, assim, ao conteúdo.