As redes sociais do Movimento Zero permaneceram em hibernação desde junho de 2023, mas, a partir do passado 8 de janeiro, esse canais têm servido de porta-voz da luta de um grupo sem rosto, que tem tido a capacidade de mobilizar, em todo o País, dezenas de milhares de polícias da PSP, guardas da GNR e guardas prisionais. Os sindicatos tradicionais ainda tentaram “colar-se” aos protestos, mas rapidamente foram descartados. Há muito que a plataforma sindical – que une sindicatos e associações da PSP e GNR – está à margem das ações que têm decorrido… e às escuras sobre o que ainda pode vir a decorrer. Algumas das ações de protesto já levaram o Ministro da Administração Interna (MAI), José Luís Carneiro, a falar de “atos de insubordinação” nas forças de segurança e a fazer participações à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) e ao Ministério Público (MP), alertado por possíveis ligações dos polícias a movimentos extremistas.
Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) – que pertence à plataforma –, foi o primeiro representante de uma estrutura sindical a admitir, publicamente, estarmos perante uma situação “imprevisível”, que os “gestores sindicais não controlam”. Depois de ter admitido, em declarações à SIC Notícias, uma “forte possibilidade” de as forças de segurança “boicotarem as eleições” legislativas de 10 de março – o que levou o MAI a abrir um inquérito urgente e a convocar, logo para o dia seguinte, o director nacional da PSP (Barros Correia) e o comandante-geral da GNR (Ribeiro Veloso) para uma reunião –, depois dessas declarações polémicas, Armando Ferreira viu-se “obrigado” a esclarecer que “não estava a apelar à insurreição”, mas apenas a “lançar o alerta” porque “os sinais são preocupantes”.