Uma comitiva do Chega – liderada pela deputada Rita Matias – foi, esta quinta-feira, obrigada a abandonar a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, por centenas de estudantes em protesto, ligados aos movimentos de justiça climática.
O movimento Greve Climática Estudantil retomou, na passada segunda-feira, uma “onda de ações” em escolas secundárias e universidades para apelar ao “fim ao fóssil”, estando centenas de alunos concentrados na FCSH – onde até tentaram pernoitar na primeira noite do protesto (seis ativistas seriam retirados do estabelecimento, ainda nessa madrugada, pela PSP, acabando por pernoitar na esquadra).
A Juventude do Chega – com Rita Matias à cabeça – já tinha marcado presença, na passada segunda-feira, na Cidade Universitária, em Lisboa, para protestar contra esta ação. “Há quem queira ocupar as Universidades, já nós queremos que estas sejam desocupadas. Desocupadas da doutrinação. Por isso, se há alunos que hoje começam uma greve ‘às aulas’ em nome do clima, nós pedimos o contrário. Que estudem e que se juntem a nós nesta luta: libertar as universidades. Que o ensino e a produção de saber deixem de ser condicionados por qualquer ideologia!”, escreveu Rita Matias, numa publicação do Facebook.
Hoje, os militantes do Chega decidiram marcar presença na FCSH, mas acabariam recebidos com fortes protestos. Com palavras de ordem como “25 de Abril, fascismo nunca mais!” ou “Fim ao Fóssil! Fim aos Fachos!”, os estudantes cercaram a comitiva do partido radical populista, e impediram qualquer iniciativa.
A PSP foi chamada ao local. Alguns estudantes terão sido identificados pela polícia. Mas, pouco depois, Rita Matias e restante comitiva acabariam por deixar o local – sob um enorme coro de protestos– por questões de segurança.
Entretanto, as redes sociais foram inundadas por vídeos e imagens dos momentos de tensão entre estudantes ativistas climáticos e a comitiva do Chega, que incluem muitos protestos, e queixas às autoridades de alegadas agressões.
Rita Matias diz que militantes do Chega foram “cercados, insultados, ameaçados e agredidos”
Entretanto, Rita Matias já reagiu a este episódio. Na rede social X (ex-Twitter), a deputada do Chega explicou que o objetivo da deslocação à FCSH seria “realizar mais uma ação política” e que tudo “corria manifestamente bem, com novos militantes e boa adesão”, até que “os ativistas climáticos saíram das tendas (a meio da manhã)”. “Fomos cercados, insultados, ameaçados e agredidos”, denunciou Rita Matias.
“Os que se diziam donos da democracia foram incapazes de respeitar um grupo de jovens que estava pacificamente a defender aquilo em que acredita”, acrescenta. Rita Matias refere que os militantes do Chega não foram expulsos e saíram pelo próprio pé. “Resistimos e resistiremos. Não apenas por nós, mas por todos os que não se revêm nestes comportamentos violentos e que desejam faculdades livres de totalitarismos. Voltaremos!”, concluiu naquela rede social.
Com Inês Ferreira Lopes
Notícia atualizada no dia 16.11.2023, às 20h00, com a reação da deputada do Chega, Rita Matias, na rede social X, aos acontecimentos que ocorreram, horas antes, na FCSH.