Em comunicado, o Volt Portugal vinca que não se posiciona politicamente “nem à esquerda, nem à direita”, alegando que não decide as suas políticas “com base em divisões ideológicas” e dá “as boas vindas a todos os militantes que partilhem os valores do Volt”.
A propósito da desfiliação do anterior presidente, Tiago Matos Gomes, que saiu “cinco semanas antes do fim do seu mandato”, o partido federalista europeu defende que é uma força política “onde todos os membros podem contribuir para a elaboração do mapa de políticas do partido e para os programas eleitorais, tanto a nível nacional como a nível Europeu”.
“As políticas são mensuradas pelo seu valor científico e argumentos que as sustentam, e não por quem as propõe. Desta forma, as políticas escritas por um membro que entra hoje, ou pelo presidente, têm o mesmo valor, passando pelo processo democrático de igual forma, sendo avaliadas e votadas por todos os membros”, aditam.
A nota termina com o partido a vincar que é “um partido pan-europeu, com mais de 100 eleitos por toda a Europa, pragmático, com uma ideologia dinâmica partilhada por todos os militantes”.
Esta semana o presidente do Volt Portugal (VP) desfiliou-se do partido por discordar do rumo ideológico que esta força política está a seguir a nível europeu e nacional, posicionando-se “cada vez mais à esquerda” e afastando-se da sua “matriz original”.
“A razão principal tem a ver com questões ideológicas. O Volt ao longo do tempo foi-se desviando daquilo que era a sua matriz original e a sua ideologia original para se ir posicionando cada vez mais à esquerda”, sustentou Tiago Matos Gomes, em declarações à agência Lusa.
Matos Gomes já tinha adiantado que não se iria recandidatar à liderança do Volt Portugal no próximo congresso marcado para 25 e 26 de junho, mas esta segunda-feira à noite anunciou a sua saída do partido nas redes sociais.
Para além das questões ideológicas, o que antecipou a saída de Tiago Matos Gomes foram também algumas divergências internas com membros da Comissão Política Nacional.
O Volt Europa é um partido federalista e “pan-europeu” que surgiu internacionalmente como movimento em março de 2017, como reação ao ‘Brexit’, iniciado por um coletivo de estudantes nos EUA. Andrea Venzon é o fundador deste movimento, que já é partido político em vários países europeus, nomeadamente em Portugal, Alemanha, Bulgária, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca, França, Reino Unido ou Suécia.
O movimento surgiu em Portugal a 28 de dezembro de 2017 e foi oficializado como partido político pelo Tribunal Constitucional em junho de 2020.
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