A engrenagem da candidatura de Jorge Moreira da Silva à liderança social democrata já está em movimento. Uma semana depois de ter anunciado a candidatura sozinho, apenas com a mulher, o filho e um amigo de longa data ao lado, aparece agora rodeado por figuras de peso do partido, entre elas, Francisco Pinto Balsemão. O antigo primeiro-ministro e líder social democrata, militante número 1 do PSD, escolheu quebrar o silêncio a que se remeteu nas últimas diretas, no final do ano passado, e apoiar Jorge Moreira da Silva, com quem tem “uma amizade antiga”, além de “respeito pela obra” do antigo ministro do Ambiente de Passos Coelho, principalmente, pelo que fez enquanto diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), cargo que Moreira da Silva ocupava desde 2016 e que deixou este mês para se candidatar à liderança “laranja”.
Não é que tenha “nada contra Luís Montenegro”, sublinhou o mandatário nacional da candidatura. Balsemão acredita sim que “Moreira da Silva é o melhor candidato, porque queremos entregar o PSD a quem exercerá o poder para o bem de todos” e que tenha perfil para ser o próximo primeiro-ministro de Portugal. Perfil esse que o histórico social democrata vê no engenheiro de Vila Nova de Famalicão: “tem uma visão global deste mundo confuso e complicado”; “propõe medidas concretas, não é só falar”, é um “quadro brilhante” e um “homem tranquilo, mas muito firme”. “Portugal precisa de dirigentes com esta visão, experiência e com capacidade de concretização”, defendeu, antes de passar a palavra à eurodeputada Lídia Pereira, presidente da Juventude do PPE e mandatária para o Desenvolvimento Sustentável na candidatura, que descreveu o candidato em três palavras: “credibilidade, integridade e coragem”.
A apresentação decorreu numa sala no edifício central do Taguspark, em Oeiras, alugada por Moreira da Silva para servir de sede da sua candidatura. Umas quantas mesas e uma máquina de café compõem o espaço, que albergará os voluntários no próximo mês. E são já mais de 200, explica Jorge Moreira da Silva, à VISÃO. Juntaram-se todos na última semana, depois da apresentação da candidatura.
Quem é quem na máquina de Moreira de Silva?
Francisco Pinto Balsemão, mandatário nacional;
Carlos Eduardo Reis, diretor de campanha;
Lídia Pereira, mandatária para o Desenvolvimento Sustentável;
Miguel Goulão, coordenador da candidatura.
Por sua vez, o deputado Carlos Eduardo Reis, o diretor de campanha, assumiu que “estava desanimado, fora do combate e queria dar espaço a outros” nestas diretas, mas não resistiu a subir a bordo por “o programa ser de uma qualidade irrepreensível”. E quando ouviu de Moreira da Silva a garantia de não querer “reposicionar o partido, mas antes modernizá-lo” não teve duvidas, explica, realçando ainda o discurso virado para os mais jovens, um público também caro à eurodeputada Lídia Pereira.
Francisco Pinto Balsemão recordou ainda, para ilustrar as provas dadas pelo candidato, o regime da fiscalidade verde, que Moreira da Silva promoveu enquanto ministro do Ambiente, ou os relatórios sobre as alterações climáticas que redigiu enquanto eurodeputado, mostrando a sua “capacidade de concretização”. Capacidade essa que Moreira da Silva promete renovar enquanto líder do PSD: “comprometo-me a entregar resultados”.