O êxito do plano de vacinação contra a Covid permitiu ao primeiro-ministro começar a conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, nesta quinta-feira, com uma boa notícia. Mas o tom do seu discurso a seguir levaria outro rumo: embora a situação epidemiológica do País fique aquém daquela que se verificou em vagas anteriores, Portugal acompanha a escalada pandémica que se faz sentir no resto da Europa, e, como tal, o Governo decidiu pôr em prática novas restrições, que consistem num reforço do uso de máscara, do certificado digital e da testagem.
A partir do dia 1 de dezembro, o País regressa à situação de calamidade – um nível acima da atual situação de alerta na Lei de Bases da Proteção Civil – e passa também a ser obrigatório mostrar o certificado digital para entrar em restaurantes, estabelecimentos turísticos, alojamento local, eventos com lugares marcados e ginásios.
A máscara estará de regresso, com caráter de obrigatoriedade, em todos os espaços fechados.
“Se há coisa que temos de evitar, é termos um janeiro de 2022 que se aproxime do trágico janeiro de 2021″
António Costa
Para fazer visitas em lares ou em unidades de saúde, bem como para chegar a Portugal passa a ser imperativo apresentar um teste negativo (PCR ou antigénio). O mesmo se aplica à entrada em discotecas, bares e em grande eventos sem lugares marcados. As companhias aéreas estão encarregues de fazer cumprir a exigência do teste negativo para aterrar em território nacional. Caso contrário, serão multadas em 20 mil euros por passageiro, podendo mesmo colocar em causa a sua licença, alertou António Costa.
O teletrabalho e o aumento dos autotestes são fortemente aconselhados.
E na semana de 2 a 9 de janeiro – “a semana da contenção de contactos” – o Governo pede a todos os portugueses para reduzirem ao máximo os seus contactos, no período pós Natal e Ano Novo. Nestes dias, bares e discotecas estarão encerrados; o teletrabalho é obrigatório e as escolas não abrirão, sendo depois a semana escolar compensada no período do Carnaval (menos dois dias) e da Páscoa (menos três dias). Excepção feita para as universidades, que podem permanecer em funcionamento.
O agravamento das restrições por causa da Covid-19 acontece depois dos governantes, partidos e parceiros sociais terem ouvido os conselhos de especialistas, no Infarmed. Na última sexta-feira, 19, a tensão regressou ao auditório da Autoridade do Medicamento, devido ao aumento do número de infetados, internados e óbitos. Durante a conferência de imprensa, António Costa voltou a chamar a atenção para estes dados e para a aproximação do período do inverno, quando circulam mais vírus respiratório, apresentando como solução a vacinação contra a Covid.