O Certificado Digital Covid-19, um “passaporte” que comprova a vacinação contra a Covid, a recuperação da doença ou um teste negativo, é a chave para apaziguar o conflito institucional entre Belém e São Bento, a propósito do recuo, ou não, nas medidas de desconfinamento. Em vigor a partir do primeiro dia de julho, este documento facilitará a burocracia nas viagens e dá uma certa garantia de segurança, assume a Ordem dos Médicos, que pediu ao Governo para adotar o mesmo mecanismo em eventos com a presença de muitas pessoas no território nacional.
No Conselho de Ministros de hoje, quinta-feira, está previsto, assim, que os efeitos da vacinação tenham real impacto nas medidas do Governo, como Marcelo desejava. A decisão terá sido previamente anunciada ao Presidente da República, o que em muito contribuiu para desanuviar o ambiente de conflito institucional, sentido na semana passada, entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa com a troca de galhardetes à distância entre os dois, embora o agravamento dos números dos últimos dias possa recolocar alguma tensão entre PR e PM. Tudo por causa das medidas restritivas que os portugueses podem esperar para os próximos tempos, caso o número de infetados continue a crescer, como esperado. Se Marcelo afirmou que, com ele, não se voltaria atrás no desconfinamento, Costa declarou que nem o Presidente poderia garantir isso e que “seguramente, não o fez”.
Certificado Digital Covid contou com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS e do ex-PAN Francisco Guerreiro, no Parlamento Europeu