Regressado ao PSD há cerca de um ano e meio, após ter sido expulso em 2014 por apoiar um candidato independente contra a lista oficial do partido, António Capucho é o nome desejado pelo grupo de apoiantes do atual vereador do partido Marco Almeida para encabeçar o projeto da coligação de direita à Câmara de Sintra. O antigo presidente do município de Cascais, durante três mandatos sucessivos, é visto como “a única pessoa que consegue unir PSD, CDS e Iniciativa Liberal em torno de um só projeto”.
Apesar de os sociais-democratas quererem fechar até ao final desta semana a escolha dos cabeças de listas em várias distritais, o nome de Capucho surge quase na reta final deste processo. Para Sintra, a concelhia do partido, liderada pela ex-deputada Ana Sofia Bettencourt, optou por indicar o advogado António Pinto Pereira. Mas o nome ainda não foi ratificado pela assembleia de militantes local.
Já a direção do partido terá em cima da mesa outros dois nomes: Filipa Roseta, atual deputada e que conta com a experiência autárquica na vereação em Cascais, e Ricardo Batista Leite, também deputado e, tal como Roseta, com passagem pela Câmara de Cascais, liderada pelo social-democrata Carlos Carreiras.
“Apoiantes não faltam, porque sabem que António Capucho é a única pessoa que consegue PSD, CDS e Iniciativa Liberal, em torno de um só projeto de Direita em Sintra, e, por ser um senador da política com um percurso inquestionável na autarquia de Cascais, capaz de discutir uma batalha eleitoral com uma figura como Basílio Horta [presidente da Câmara sintrense”, disse Paulo Veríssimo, ex-número dois do vereador do PSD Marco Almeida.
Segundo Veríssimo, “António Capucho já tinha sido o nome escolhido para liderar a lista à Assembleia Municipal de Sintra, em 2017, pela coligação PSD/CDS, mas, na altura, como contrapartida, o nome foi substituído pelo de Ribeiro e Castro”.
Capucho saiu do partido na senda de um processo que lhe foi aberto durante a liderança de Passos Coelho, pelo apoio que deu a Marco Almeida, em 2013, contra a lista do PSD, encabeçada pelo deputado Pedro Pinto. Almeida tinha sido vereador de Fernando Seara, que liderou o município vários anos, e era visto como um potencial sucessor. Mas o partido optou por outra via, tendo a Câmara passado para as mãos do PS. Marco Almeida ficou à beira da vitória. E o PSD teve então o pior resultado de sempre.
O regresso de Capucho ao PSD deu-se já na presidência de Rui Rio, no final de 2019. Ainda assim, a então concelhia mostrou-se contra e até deu um parecer negativo ao retorno do histórico social-democrata, que foi desde secretário-geral adjunto de Sá Carneiro até vice-presidente do Parlamento Europeu.