Na pastelaria Versalhes, em Lisboa, sede da sua candidatura há cinco anos, Marcelo Rebelo de Sousa começou por saudar os outros candidatos e anunciar que continua a defender debates frente a frente com todos os candidatos e que assim o fará.
Confirmando a recandidatura à Presidência, Marcelo justificou a decisão com a “pandemia que temos a enfrentar, a crise económica e social que temos a vencer e porque temos a oportunidade única de mudar Portugal para melhor”.
Nos poucos mais de cinco minutos de intervenção (sem direito a perguntas dos jornalistas), o candidato às eleições de 24 de janeiro sublinhou que o país precisa de “um Presidente que não desestabilize, que não divida e que puxe sempre pelo melhor que existe em Portugal”.
“Não vou trocar as adversidades e impopularidades de amanhã, pelo comodismo pessoal de hoje”
Marcelo Rebelo de Sousa
“Não vou sair a meio de uma caminhada penosa, não vou fugir às minhas responsabilidades. Não vou trocar as adversidades e impopularidades de amanhã, pelo comodismo pessoal de hoje. Porque como há cinco anos cumpro um dever de consciência”, afirmou, com a bandeira de Portugal como cenário.
O atual Presidente garantiu ainda aos portugueses que “quem avança para esta eleição é exatamente o mesmo que avançou há cinco anos”: um Marcelo “orgulhosamente nacionalista”, “convictamente católico”, “republicano”, “determinadamente social democrata”.
Prestes a completar 72 anos, no dia 12 de dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República à primeira volta nas eleições de 24 de janeiro de 2016, com 52% dos votos expressos. Professor catedrático de direito jubilado, antigo presidente do PSD e comentador político televisivo, assumiu a chefia do Estado a 9 de março de 2016.
A declaração da recandidatura era para ter ocorrido ontem, 6 de dezembro, tal como estava previsto desde a semana passada, mas o Presidente decidiu adiar um dia. O objetivo era que a recandidatura fosse formalizada após cumprido um guião político, cuja sequência incluiu a sessão do Infarmed na quinta-feira, em que se soube que o pico da segunda vaga pandémica já terá sido atingido, a comunicação ao país a partir de Belém um dia depois – sobre a necessidade da renovação do Estado de Emergência – e o anúncio do Governo no sábado quanto às medidas restritivas a vigorar até ao Natal. Na pastelaria Versalhes, Marcelo esclareceu que quis tomar “decisões essenciais” como Presidente da República “e não como candidato”.
“Quis convocar eleições como Presidente, antes de avançar como cidadão. E, sobretudo, porque, perante o agravamento da pandemia no outono, quis tomar decisões essenciais sobre a declaração do segundo estado de emergência, as suas renovações e a sua projeção até janeiro”, justificou.
Passam já três meses sobre os últimos anúncios de candidaturas presidenciais, que se sucederam em meia dúzia de dias: João Ferreira, Ana Gomes e Marisa Matias. Estão a apresentar-se também às eleições os candidatos André Ventura, Tino de Rans, Tiago Mayan Gonçalves, Paulo Ramos e Bruno Fialho.