Ao anunciar o feriado para a cidade de Nova Iorque, Cuomo garantiu que vai apresentar legislação para que, no próximo ano, o dia 19 de junho seja considerado feriado nacional.
“É um dia em que todos devemos refletir. É um dia que é especialmente relevante neste momento da nossa história”, afirmou sobre o também conhecido por Dia da Emancipação ou Dia da Liberdade.
Vários Estados norte-americanos já observam o “19 de junho” (de 1863 — o então Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, só viria a aprovar a Promulgação da Emancipação a 01 de janeiro de 1865) como dia feriado, tendo as raízes históricas no Texas (é feriado estadual desde 1980).
A efeméride celebra o dia em que chegou aos afro-americanos do Texas a notícia de que o presidente Abraham Lincoln tinha assinado a Proclamação de Emancipação, libertando os escravos que viviam nos Estados Confederados, dois anos antes.
Quando os soldados da União chegaram a Galveston para dar a notícia de que a escravatura tinha sido abolida, antigos escravos festejaram.
O decreto hoje aprovado por Cuomo surge um dia depois de o governador da Virgínia, Ralph Northam, ter anunciado que iria propor a data como feriado oficial para comemorar o fim da escravatura, no Estado que tinha na cidade capital da Confederação.
O Presidente, Donald Trump, anunciou na semana passada que reagendou um comício de campanha previsto para Tulsa, Oklahoma, no dia 19 de junho.
O anúncio do comício provocou protestos, porque Tulsa foi o local onde aconteceu um dos piores casos de violência racial da história dos Estados Unidos, em 1921, quando centenas de afro-americanos foram massacrados por uma multidão branca que incendiou empresas e casas propriedade de negros.
No início deste ano, Northam assinou legislação sobre a abolição do Lee-Jackson Day, um feriado estatal com o nome de dois generais confederados.
Os Estados Unidos têm sido palco de manifestações por todo o país para exigirem medidas para pôr fim ao legado de opressão racial e de discriminação dos afro-americanos na sequência da morte, a 25 de maio, de George Floyd, um negro que morreu sob custódia da polícia em Minneapolis.
“Quero ser uma força da mudança e quero ajudar a criar sinergias. Quer seja com u a reforma nos departamentos policiais, quer numa vasta campanha de sensibilização para as questões raciais. E se o Dia da Liberdade é parte disso, melhor”, afirmou Cuomo.
A decisão do governador de Nova Iorque também surge como forma de pressionar os departamentos policiais do estado nova-iorquino a concretizar, de facto, as reformas necessárias nos próximos meses.
JSD (AYR) // EL