A PSP deteve esta manhã três pessoas na zona do Marquês de Pombal, em Lisboa, que faziam parte do protesto dos “coletes amarelos”, marcado por momentos de tensão entre manifestantes e a polícia.
A detenção destes três manifestantes deveu-se a “desobediência, resistência e coação à autoridade”, informou a Direção Nacional (DN) da PSP.
Em comunicado, a DN da PSP explicou que, “na sequência dos protestos a decorrer a nível nacional, a Polícia de Segurança Pública (PSP) procurou manter o equilíbrio entre o direito dos manifestantes e o direito à livre circulação de veículos e dos restantes cidadãos”.
Os detidos são três homens, que vão ficar à guarda da PSP até que esta força de segurança comunique ao Ministério Público a ocorrência.
“Infelizmente, no Marquês de Pombal foi necessário subir o nível de intervenção para garantir a circulação automóvel e a segurança dos próprios manifestantes. Na sequência da intervenção policial, foram efetuadas três detenções por desobediência, resistência e coação à autoridade”, acrescentou a nota da DN da PSP.
A PSP mantém o apelo aos manifestantes “para que sigam as diretrizes e orientações” da polícia, “de forma a que os protestos se realizem em segurança”.
A concentração de cerca de dezenas “coletes amarelos” no Marquês de Pombal, em Lisboa, tem sido marcada por alguns momentos de tensão entre os manifestantes e a polícia, constatou a Lusa no local.
O número de polícias é bastante superior ao dos manifestantes, estando os agentes localizados em todos os pontos da rotunda do Marquês de Pombal, constatou a Lusa no local.
Acesso do IC2 a Leiria reaberto ao trânsito
O acesso pelo Itinerário Complementar (IC) 2 à cidade de Leiria através da rotunda da Almoínha Grande já foi reaberto ao trânsito, depois de ter sido encerrado pela polícia, durante alguns minutos.
Na rotunda mantêm-se algumas dezenas de manifestantes do protesto dos “coletes amarelos” que vão condicionando a circulação automóvel, ocupando, como noutras cidades, as passadeiras de peões, mas que são de imediato contrariados pela polícia.
Perto de uma centena de manifestantes condicionaram, perto das 09:00, o trânsito numa rotunda junto ao Estádio Municipal de Leiria, cidade onde a circulação de e para o IC2 foi cortada pela polícia.
Protesto em Braga marcado por discussão entre os manifestantes
O protesto dos “coletes amarelos” em Braga foi hoje marcado por alguma tensão a meio da manhã, com os manifestantes a discutirem se deixavam passar um camião bloqueado desde as 06:00 ou se o obrigavam a fazer marcha atrás.
Desde as 06:00 que a entrada norte de Braga, no Nó das Infias, está cortada ao trânsito, primeiro pelos “coletes amarelos” (cerca de 60) e depois pela própria PSP, que desviou o trânsito antes daquela artéria.
Em declarações aos jornalistas, um representante do movimento que organizou o protesto, Filipe Silva, explicou que o objetivo é “comer as batatas na estrada” — ou seja, ficar até à ceia de Natal -, salientando que “não há hora para acabar o protesto”.
O início do protesto foi marcado por uma altercação entre os manifestantes e um automobilista que furou o bloqueio, tendo depois disso decorrido a manifestação de forma pacífica.
Por volta das 10:00, a PSP ordenou que fossem retirados os carros e camiões que estavam a bloquear o acesso à cidade.
A desmobilização começou de forma pacífica, mas quando chegou a altura de retirar o último camião bloqueado, que não pertencia ao grupo de manifestantes, os ânimos exaltaram-se com uma discussão.
Os agentes das PSP presentes no local falaram com os “coletes amarelos” e no final o camião acabou por fazer marcha atrás com a ajuda da polícia.
Entretanto, na página oficial da PSP foi comunicado que o bloqueio em Braga era ó único autorizado pelas “entidades competentes”, mas fonte do município disse à Lusa que a autarquia “não autorizou nenhum bloqueio de estrada, tendo sido apenas informada do protesto”.
Os protestos dos “coletes amarelos” em Portugal foram convocados por vários grupos através das redes sociais, com inspiração nos movimentos contestatários das últimas semanas em França.
Um dos grupos, Movimento Coletes Amarelos Portugal, num manifesto divulgado na quarta-feira, propõe uma redução de impostos na eletricidade, com incidência nas taxas de audiovisual e emissão de dióxido de carbono, uma diminuição do IVA e do IRC para as micro e pequenas empresas, bem como o fim do imposto sobre produtos petrolíferos e redução para metade do IVA sobre combustíveis.
Não tolerando qualquer ato de violência ou vandalismo, este movimento, que se intitula como “pacífico e apartidário”, defende também o combate contra a corrupção.
A lista das manifestações dos “coletes amarelos” na área de atuação da PSP somava 25 protestos em 17 locais das principais cidades do país.
Lusa