O Presidente da República defendeu hoje, referindo-se ao homólogo norte-americano Donald Trump, que as alterações climáticas são uma evidência que “se vai impor”, mesmo que haja alguém que “se considere importantíssimo no mundo que negue isso”.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na ilha das Flores, nos Açores, em reação ao anúncio do Presidente norte-americano de que os Estados Unidos vão abandonar o Acordo de Paris, defendeu ainda que a Europa deve unir-se e “continuar a ser uma campeã desta causa”.
“É uma evidência tão óbvia a necessidade de olhar para as alterações climáticas que bem pode haver quem se considere importantíssimo no mundo que negue isso que não altera a realidade. A realidade é o que é. E vai ser o que é, e não pára por causa de uma posição isolada, por muito importante que se considere”, declarou.
Obama acusa Trump de rejeitar o futuro
O ex-Presidente norte-americano Barack Obama acusou hoje o seu sucessor, Donald Trump, de “rejeitar o futuro” ao retirar os EUA do Acordo de Paris de combate ao aquecimento global.
Através de um comunicado, o ex-Presidente considerou que a decisão de Trump reflete “a ausência de liderança americana”. Obama considerou que o Governo de Trump se juntou a “um pequeno grupo de nações que rejeitam o futuro”, ao decidir sair do pacto climático subscrito em Paris, no final de 2015.
O antecessor de Trump defendeu o acordo que o seu Governo negociou e previu que os países que permanecerem no convencionado vão “recolher os benefícios em emprego e indústrias novas”. Barack Obama insiste igualmente que os EUA deveriam estar “na frente do conjunto”.
Obama acrescentou que tinha a esperança de que as cidades, os Estados e os empresários dos EUA iriam preencher o vazio, ao assumirem a liderança na proteção do clima. Adianta também que os empresários tinham escolhido “um futuro de baixo carbono” e que já estão a investir pesadamente em fontes renováveis de energia, como o vento e o Sol.
Acordo é irreversível, dizem Alemanha, França e Itália
O acordo de Paris “é irreversível”, garantem a Alemanha, França e Itália. Em comunicado conjunto, esta quinta-feira, após o anúncio oficial de que os Estados Unidos da América se iriam retirar do acordo, os três países consideram o documento “vital” e, por isso, não poderá ser renegociado.
“Consideramos que o documento gerado em dezembro de 2015 em Paris é irreversível e acreditamos firmemente que o Acordo de Paris não pode ser renegociado, uma vez que se trata e um instrumento vital para o nosso planeta, sociedades e economias”, lê-se no comunicado conjunto assinado pelo primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, pela Chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.