António Capucho já não será o cabeça de lista de Marco Almeida à Assembleia Municipal de Sintra, dando lugar a José Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS. A candidatura do independente Marco Almeida contará com o apoio do PSD, mas só garantiu igual apoio dos centristas cedendo a presidência da assembleia municipal a este partido.
Era sabido que Passos Coelho não queria António Capucho e estava incomodado com o facto de o PSD ir fazer campanha ao lado de um dos seus maiores críticos. Com esta negociação com o CDS, Passos vê esse problema resolvido.
Na sua página do facebook, António Capucho admite que o seu nome foi alvo de “reservas” por parte de Passos Coelho. Recorde-se que Capucho foi expulso do PSD depois de ter apoiado o independente Marco Almeida nas últimas eleições autárquicas. Nesse post, o antigo presidente de Cascais lembra que foram “ultrapassadas as reservas levantadas pelo presidente do PSD”, através dos “orgãos competentes”, mas justifica a sua saída de cabeça-de lista como uma consequência das “negociações” do movimento independente com o CDS.
E se dúvidas existiam de que seria Ribeiro e Castro o nome indicado pelo CDS, elas ficam desfeitas na resposta que o próprio dá nesse post de António Capucho. Perante as palavras do antigo autarca de Cascais – que refere que “a confirmar-se a indigitação de José Ribeiro e Castro”, congratula-se com a escolha, por ela “recair num político de competência e idoneidade reconhecidas, para além de ter experiência do exercício da presidência da Assembleia Municipal de Sintra” – Ribeiro e Castro assume que foi abordado para o lugar e que colocou apenas como condição que isso não significaria qualquer “desconsideração” para com Capucho, nem um movimento contra ele e que teve “essa garantia”. “Conheço António Capucho desde os tempos heróicos da AD, em 1979, e tenho por ele a maior consideração e uma sincera estima, consolidadas em diferentes momentos em que os nossos caminhos se cruzaram”, escreve
Estes desenvolvimentos servem assim também para fechar uma outra polémica que surgiu na semana passada, quando o PSD local anunciou António Rodrigues como o seu cabeça-de-lista, deixando a ideia de que Capucho não era o nome desejado. Ainda para mais, essa indicação surgiu depois de se saber que Passos Coelho se tinha lamentado numa reunião da Comissão Permanente do PSD por não ter condições para fazer campanha em Sintra, o seu concelho, uma vez que não quereria aparecer ao lado de Capucho.