“O Presidente da República decidiu, ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar o Dr. António Costa para primeiro-ministro”, lê-se na nota distribuída aos jornalistas que se encontram no Palácio de Belém.
Na nota, divulgada minutos depois de António Costa ter saído de Belém, é ainda referido que a continuação em funções do XX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, em gestão “não corresponderia ao interesse nacional”.
Costa voltou ao Palácio de Belém esta terça-feira, o segundo encontro num espaço de 24 horas com o Presidente da República, depois de Cavaco Silva ter chamado o secretário-geral do Partido Socialista a “desenvolver esforços tendo em vista apresentar uma solução governativa estável, duradoura e credível”.
Na reunião de segunda-feira, o chefe de Estado exigiu a clarificação de várias questões que considera “omissas nos documentos” sobre o acordo com os partidos de esquerda, como a aprovação de moções de confiança, dos Orçamentos do Estado e o cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da zona Euro. O respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa coletiva, o papel do Conselho Permanente de Concertação Social e o desenvolvimento do país e estabilidade do sistema financeiro foram as outras clarificações pedidas por Cavaco.
António Costa respondeu no final do dia, por carta, às dúvidas e exigências do Presidente.