Um relatório apresentado hoje pela consultora McKensie, na Comissão Europeia, aponta “lacunas de informação significativas” relativa ao esclarecimento prestado aos alunos em vias de terminar o secundário sobre as oportunidades de trabalho.
Designado “Educação para o Emprego: Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar”, este relatório salienta o “estigma social” associado ao ensino vocacional como uma causa para a desinformação dos alunos relativamente às escolhas profissionais observada.
Três em cada 10 empregadores nacionais afirmam que muitas das vagas que ficam por preencher nas suas empresas se deve ao facto de não encontrarem candidatos que possuam as habilitações necessárias. Estes dados são mais flagrantes nas pequenas empresas. “Não só a juventude está a estudar as coisas erradas, como não está a receber as competências que precisa no processo”, pode ler-se no relatório apresentado em Bruxelas.
Aliado à insatisfação dos empregadores, está o descontentamento dos alunos que estão prestes a acabar o secundário sobre a informação relativa ao funcionamento do mercado de trabalho prestada. “Menos de metade dos alunos inquiridos (47%) acha que a educação pós-secundária melhorou as suas oportunidades de emprego”, refere ainda o relatório.
Outra das preocupações apresentadas no estudo refere-se ao número elevado (38%) de estudantes portugueses que gostariam de prosseguir estudos, não tendo possibilidade de os pagar – uma das percentagens mais altas a nível europeu.
O inquérito, que inclui oito países, nomeadamente França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido, mostra que 44% dos alunos prefere seguir a via profissional, enquanto que 85% segue o ensino vocacional por acreditar ser mais útil na obtenção de emprego.
A taxa geral de desemprego ronda os 16%, enquanto que o desemprego jovem é de 38%. Para além disso, 40% dos jovens que trabalham estão num emprego provisório, que não satisfaz as suas ambições.