O debate quinzenal desta sexta-feira de manhã fica marcado por um momento simbólico, anunciado minutos antes, nas redes sociais.
Durante uma intervenção, o primeiro-ministro foi interrompido por um grupo de manifestantes que cantaram a “Grândola, Vila Morena” nas galerias do hemiciclo.
Tratou-se de uma intervenção popular organizada pelo movimento “Que se lixe a Troika”, em protesto contra os elevados números do desemprego e da recessão, anunciados esta semana.
O “incidente” ocorreu por volta das 11h30 da manhã. Cerca de meia hora antes, a página de Facebook Artigo 21º, que promove regularmente as iniciativas do movimento, avisava: “Um passarinho diz para ligarem a ARtv”. Estava lançado o aviso para o que iria acontecer minutos depois e deixou os presentes na Assembleia da República, surpreendidos e desconcertados.
O próprio primeiro-ministro admitiu que “de todas as formas de interromper os trabalhos, esta é a de melhor bom gosto”.
Duro com Seguro
O primeiro-ministro acusou hoje António José Seguro de “pintar a situação do país” segundo critérios de “oportunidade política” e de ter sido deputado durante um governo que num ano “passou de um défice de 2,2% para 9,3%”.
Perante as acusações feitas por Passos Coelho durante o debate quinzenal, o líder do PS ripostou que “o país não precisa de um primeiro-ministro que continue a fazer oposição ao passado” e que utilize como argumento “coisas que aconteceram há quatro anos”.
“O senhor vem aqui falar que eu pinto a situação do país como eu quero, então o país ultrapassou os 900 mil desempregados e o senhor acha que a culpa é do líder da oposição que pinta a situação como ele quer?”, interrogou Seguro.