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Enquanto não é possível conhecer os dados oficiais da greve geral desta quinta-feira, o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), João Proença, garante que adesão à paralisação é “superior à do ano passado”, salientando a participação no setor dos transportes, mas também no setor privado.
Junto ao piquete de greve dos CTT, uma empresa onde cerca de 80% dos trabalhadores – de acordo com João Proença – aderiram à paralisação, o sindicalista enumerou os diferentes setores que hoje são afetados por uma paralisação maior do que a do ano passado: “No transporte aéreo a adesão é total, os portos de norte a sul estão todos paralisados hoje, quando os Portos de Leixões e de Sines funcionaram com bastante força no ano passado. No setor público a greve abrange muita gente. Nos transportes o Metro de Lisboa fechou e os transportes do Porto foram fortemente afetados, o que não aconteceu no ano passado. A adesão é extremamente significativa nos transportes urbanos. Além dos transportes veja-se as empresas privadas como a Autoeuropa”, descreveu o líder da UGT.
A CGTP também está satisfeita com os números da greve, destacando, pela voz do secretário-geral, Carvalho da Silva, a “elevadíssima e diversificada” adesão dos trabalhadores. “A adesão é diversificada. Visitamos muitos locais, caso do principal parque de produção industrial do país, em Palmela, onde está instalada a Autoeuropa e outras empresas, sendo a adesão [à greve] elevadíssima, maior do que há um ano, e isso é um sinal importante”, disse à agência Lusa líder da CGTP.
Desilusão sindical na Madeira
Perceção diferente têm os dirigentes sindicais da Madeira, que estão “tristes” e “desiludidos” com a fraca adesão dos trabalhadores madeirenses à greve geral, que ronda entre os 20 e os 25 por cento nesta região, segundo o da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), afeta à CGTP.
Álvaro Silva acrescentou que, “infelizmente, com base nos números que foram recolhidos pela USAM”, os sindicalistas não podem deixar de “estar tristes e desiludidos”, porque o resultado não corresponde ao “esforço, às dezenas de plenários realizados, aos milhares de trabalhadores contactados”, frisou.Escolas encerradas
O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), Dias da Silva, afirma que muitas escolas estão encerradas devido à greve geral, o que traduz um “forte protesto contra as políticas governamentais de austeridade”. A FNE “verifica um fortíssimo nível de adesão à greve”, o que significa que “os trabalhadores discordam dos sacrifícios impostos aos portugueses pelo Governo”, referiu hoje Dias da Silva em declarações à Agência Lusa. “Muitas escolas encerradas, principalmente nos grandes centros urbanos, a generalidade dos alunos sem aulas”, o que traduz uma “adesão em massa de professores, técnicos, assistentes e educadores”, precisou o dirigente.
As contas do GovernoA taxa de adesão à greve geral na Administração Pública era de apenas 3,6% às 11h30 horas, segundo dados divulgados pelo Governo. De acordo com a informação disponível na página da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), às 11h30, de um total de 355.305 trabalhadores, 12.800 estavam em greve. À mesma hora, de um total de 864 serviços desconcentrados ou periféricos da Administração Pública, 112 estavam encerrados devido à greve geral, o que corresponde a uma percentagem de 12,96 por cento.