Sondagens
Os estudos de opinião ameaçam dramatizar ainda mais as eleições, com os partidos a entrarem num ziguezaguear esquizofrénico de discursos à medida que os números os fustigam ou beneficiam. Neste caso, tem sido a direita a embandeirar mais em arco, assumindo por vezes um tom triunfalista que não costuma agradar nada ao eleitorado. Passos Coelho utiliza expressões como “quando tomarmos posse” e Portas brada que quer ter mais votos que Bloco e PCP juntos “para a maioria de mudança”. É melhor acalmarem-se pois haverá sondagens todos os dias e o desfecho do jogo está totalmente em aberto.
José Sócrates
O dia de ontem até não correu nada mal a Sócrates cujo humor parece seguir em linha com as sondagens. Quando os números lhe são favoráveis, eis que o “animal feroz” regressa cheio de genica a lançar rugidos contra os adversários. Duas sondagens deram-no ontem colado ao PSD e isso fez suspirar de alívio o partido, depois do balde de água fria que foi o estudo divulgado, segunda-feira, pela TVI. Mas, nunca fiando, o PS vai jogar pelo seguro no domingo. A crer no Correio da Manhã está em curso uma oferta de bilhetes para o Oceanário Sea Life do Porto, para garantir presenças de apoiantes no comício de Sócrates. Depois da “barraca” com os autocarros de imigrantes, em Évora, não havia necessidade…
Francisco Louçã
Já há muito tempo que as coisas não correm bem ao Bloco de Esquerda e não é de agora. Para não se recuar mais, basta pensar no lado a lado com Sócrates nas presidenciais e na moção de censura que acabou por se transformar numa rica prenda para o Governo. Os resultados estão à vista, com as sondagens a evidenciarem uma perigosa erosão do Bloco, que perdeu a frescura no discurso e está sem soluções para um eleitorado que se cansou de estar à rasca. Mal por mal, vota útil no PS.
Passos Coelho
Mais milhão menos milhão, já toda a gente percebeu que as contas públicas deste Governo são, há muito tempo, uma grande embrulhada. Por isso, insistir no tema é dispersar munições que podem ser bem mais necessárias disparar contra outros alvos. Mas foi justamente isso que o líder do PSD fez durante o dia de ontem: andou a esgrimir contra mais um alegado “défice oculto”