D. Filipe I de Portugal é um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses, “cancelado” pela História pós-restauração da Independência em 1640. Mas o neto mais velho de D. Manuel I, filho da imperatriz Isabel de Portugal e de Carlos V, é um personagem fascinante, como é extraordinária (e ainda mais ignorada) a mulher que lhe fez frente, Catarina de Portugal.
Isabel Stilwell acaba de lançar um livro sobre esta figura fascinante e segue-lhe os passos num novo videocast, em parceria com a VISÃO, com uma viagem aos lugares que marcaram a luta pela coroa de Portugal. Para ver em vídeo ou ouvir em podcast.
6º Episódio – Elvas, capital do Império onde o sol nunca se põe
Elvas, o primeiro lugar a receber D. Filipe, foi durante alguns meses não só a “capital” do reino, mas do império onde o sol nunca se punha. O novo rei de Portugal, embora ainda não jurado em cortes, entrou pela porta de Olivença no dia 5 de Dezembro de 1580, ainda convalescente da doença que causara a morte da sua mulher, a rainha Ana de Áustria, e foi recebido pelo alcaide, fidalgos portugueses e castelhanos, e o povo em festa.
Passou a primeira cerca, avançou para a segunda, em direção à Sé, tomando nota de que para lá das varandas engalanadas e das ruas atapetadas, havia portas fechadas e becos interditos — a peste também andava aqui.
O arquiteto real viera à frente para preparar o alojamento do rei nas casas de Mesquita Pimentel, que felizmente ainda existem, e D. Filipe dedicou-se a receber aqueles que se apressavam a vir beijar-lhe a mão e confirmar as mercês prometidas pelos seus embaixadores.
O Duque de Bragança e o seu filho, D. Teodósio, são dos primeiros a prestar-lhe vassalagem — e a garantir que serão tratados como os primeiros do reino, como até aí —, mas a infanta D. Catarina não vem a Elvas, era o que faltava! Será o rei a ir ao seu encontro…
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