A retirada dos residentes de Mariupol e da fábrica Azovstal, onde centenas de civis permanecem cercados, iniciada no sábado, vai continuar esta segunda-feira, disseram as autoridades locais no Telegram. A operação começou às 8h (6h de Portugal continental) e os civis devem chegar à cidade de Zaporizhzhia ainda hoje.
O Presidente ucraniano comunicou no Twitter que a evacuação tinha começado : “O 1º grupo de cerca de 100 pessoas já se dirige para a área controlada”, lê-se. Zelensky agradeceu ainda à Organização das Nações Unidas (ONU) pela ajuda.
Numa entrevista à Reuters , uma mulher descreveu o terror que os civis escondidos sofreram enquanto as forças russas bombardeavam o local. “Quando o bunker começou a tremer, fiquei histérica, o meu marido pode confirmar. Eu estava tão preocupada que o bunker desabasse ”, disse Natalia Usmanova, de 37 anos.
O que atormentava Natalia Usmanova era a falta de oxigénio nos abrigos e o medo constante de morrer. “Já não víamos o Sol há tanto tempo”, relembrou.
A Ucrânia conseguiu no domingo, com a ajuda da ONU e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), retirar entre 80 e 100 refugiados civis de Azovstal em Mariupol, depois de várias operações fracassadas.
Estima-se que ainda estejam retidas na cidade ocupada pelos russos cerca de 100 mil pessoas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.