Cresce a tensão entre Estados Unidos da América e Rússia por causa da guerra na Ucrânia. Dmitry Medvedev, que alternou com Vladimir Putin na presidência russa quando este atingiu o limite de mandatos, ocupando o cargo entre 2008 e 2012, veio esta quinta-feira, 17, colocar mais lenha na fogueira. O agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia acusou os EUA de alimentarem uma russofobia “nojenta”, com o objetivo de deixarem a Rússia de joelhos no plano internacional, por via das sanções económicas aplicadas por todos os aliados do Ocidente.
“Não vai resultar”, garante Medvedev, citado pela agência Reuters, antes de deixar a ameaça: “A Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos no seu lugar.”
A declaração, que mais uma vez deixa no ar uma ameaça velada de recurso às armas nucleares, surge no dia a seguir a Joe Biden ter apelidado Putin de “criminoso de guerra”, em frente às câmaras da televisão, isto depois de todo o Congresso norte-americano ter votado uma declaração no mesmo sentido.
Não demorou muito até o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagir, considerando “inaceitável e imperdoável” uma acusação como esta vinda de “um chefe de Estado cujas bombas mataram milhares de pessoas em todo o mundo”.
A escalada nas palavras dos líderes das duas maiores potências militares atingiu o auge nas últimas horas, com a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a tentar mandar água para o fogo, alegando que as palavras do presidente dos EUA foram ditas “com o coração”, logo após ter assistido a imagens de “ações bárbaras de um ditador brutal”, na guerra na Ucrânia.