“Com uma margem tão pequena, será necessária uma recontagem manual completa em cada condado”, anunciou quarta-feira, em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger. Com quase todos os boletins de voto contados, o mais recente presidente eleito, Joe Biden, vai à frente com uma vantagem de cerca de 14 mil votos sobre Trump.
O secretário de Estado espera que a recontagem se inicie no final desta semana e que a 20 de novembro já se conheçam os resultados oficiais. Segundo a lei estadual, o candidato menos votado pode recorrer dos resultados e pedir uma recontagem, se a diferença for igual ou menor que 0,5% – o que se verifica neste caso. Apesar de, no início, os responsáveis apontarem para uma recontagem eletrónica, foi confirmado que iriam voltar a contar todos os boletins de forma manual.
A recontagem dos votos na Geórgia foi um dos apelos e exigências de Trump ao longo da semana eleitoral. Contudo, Raffensperger nega que a pressão do ainda presidente dos EUA tenha interferido na tomada de decisão: “Estamos a fazer isto porque é realmente o que faz mais sentido. Com a importância nacional desta corrida e a proximidade dela, temos que fazer uma auditoria em todo o Estado”, conclui. No Twitter, o secretário de Estado da Geórgia dirigiu-se ao eleitorado prometendo uma recontagem justa e completa: “Temos o compromisso de contar todas as cédulas legais. Os eleitores da Geórgia merecem resultados precisos e seguros”.
A Geórgia foi uma das surpresas nas eleições presidenciais. O Estado tem votado, de forma consistente, no partido republicano há décadas. O último candidato democrata a vencer foi Bill Clinton, em 1992. Trump ganhou em 2016 com mais cinco pontos percentuais sobre Hillary Clinton. Segundo a Sky News, “este é um Estado onde se encontram enormes divisões raciais, um abismo de desigualdade social e um enorme entusiasmo renovado pelo voto entre a comunidade negra”. Esta pode ter sido a chave para o sucesso de Biden.
Segundo a Associated Press, “houve pelo menos 31 recontagens em todo o Estado desde 2000”. A pesquisa eleitoral levada a cabo pela agência noticiosa mostrou que apenas três delas mudaram o resultado da eleição.